ATA DA NONA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA,
EM 25-02-2013.
Aos vinte e cinco dias do
mês de fevereiro do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha,
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Guilherme Socias Villela, João Derly, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario
Fraga, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Professor Garcia e Tarciso Flecha Negra.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto
Kopittke, Any Ortiz, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa,
Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista,
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e
Waldir Canal. Após, foram apregoados os seguintes Ofícios, do senhor Prefeito:
nº 219/13, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 018/12 (Processo nº 1663/12); nos 240 e 245/13,
encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar do Executivo nos
002 e 003/13 (Processos nos 0768 e 0773/13, respectivamente); e nos
246, 247 e 248/13, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do
Executivo nos 007, 006 e 008/13 (Processos nos 0775, 0774
e 0776/13, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias três e vinte e oito
de janeiro e primeiro, quatro, cinco, oito e quatorze de fevereiro do corrente;
e Comunicados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da
Educação, emitidos no dia quatro de janeiro do corrente. A seguir, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos senhores João Ezequiel
Mendonça da Silva, Diretor Administrativo do Sindicato dos Municipários de
Porto Alegre, e Alceu Weber, presidente da comissão de negociação dos
rodoviários, que discorreram sobre o sistema de transporte público de Porto
Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores
Pedro Ruas, Clàudio Janta, Paulinho Motorista, Delegado Cleiton, Tarciso Flecha
Negra, Alberto Kopittke, Engº Comassetto e Idenir Cecchim manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas e Clàudio Janta e a vereadora Jussara
Cony. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelos vereadores
Clàudio Janta e Delegado Cleiton, solicitando a transferência da nominata do
período de Grande Expediente da presente Sessão, após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Engº Comassetto e Delegado Cleiton. Às quinze horas e doze minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 005/13 (Processo nº 119/13), após ser encaminhado à
votação pelo vereador João Derly. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
025/13 (Processo nº 0540/13), após ser encaminhado à votação pelos vereadores
Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Mario Fraga. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 033/13 (Processo nº 0608/13), após ser encaminhado à votação
pelos vereadores Valter Nagelstein, Alberto Kopittke e Engº Comassetto. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 046/13 (Processo nº 0752/13), após ser encaminhado
à votação pelos vereadores Valter Nagelstein, Engº Comassetto e Idenir Cecchim.
Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 047/13 (Processo nº 0753/13), após
ser encaminhado à votação pelos vereadores Airto Ferronato, Valter Nagelstein,
Jussara Cony, Sofia Cavedon, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Clàudio Janta,
Tarciso Flecha Negra, Cassio Trogildo, Idenir Cecchim e Alceu Brasinha. Às
dezessete horas, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Após, o
vereador Engº Comassetto informou que a Liderança de oposição neste Legislativo
seria exercida pelos vereadores Pedro Ruas, Engº Comassetto e Jussara Cony,
respectivamente nos anos de dois mil e treze, dois mil e quatorze e dois mil e
quinze, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Jussara Cony. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, Waldir Canal,
Airto Ferronato, Engº Comassetto e Idenir Cecchim. Em COMUNICAÇÕES,
pronunciaram-se os vereadores Nereu D’Avila, em tempos cedidos pelos vereadores
Márcio Bins Ely e Mônica Leal, Mauro Pinheiro, Valter Nagelstein e Alceu
Brasinha, este em tempo cedido pelo vereador Paulo Brum. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos
207/11, 007/13 e 185/11, este discutido pelos vereadores Alberto Kopittke,
Sofia Cavedon, Mauro Pinheiro, Mario Fraga e Clàudio Janta, e o Projeto de Lei
do Executivo nº 004/13. Durante a Sessão, a vereadora Jussara Cony e os
vereadores Valter Nagelstein, Tarciso Flecha Negra e Clàudio Janta manifestaram-se
acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e vinte e sete minutos, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
vereadores Dr. Thiago, Bernardino Vendruscolo e Waldir Canal e pela vereadora
Sofia Cavedon e secretariados pelo vereador Professor Garcia. Do que foi
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos
senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Passamos à
O Sr. João Ezequiel Mendonça da Silva,
representando o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, o Simpa, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar
de assunto relativo ao transporte coletivo.
Antes de liberar a
tribuna ao orador, gostaria da compreensão dos colegas desta Casa e também
daqueles que nos estão ouvindo. Nós aqui temos um Regimento, e o Regimento da
Casa traz o regramento sobre a vestimenta de quem vai à tribuna. Em razão de
que possivelmente isso não tenha sido lembrado ao requerente, este Presidente
abre uma exceção, até para que possamos permitir que haja o pronunciamento.
Nesse sentido, será permitido ao orador, representante do Simpa, ir à tribuna
sem os paramentos necessários, no caso, a gravata e o casaco.
Recebo um pedido de liberação de uso do paletó, em
razão do calor. Quero dizer que inclusive os assessores que estão aqui no
plenário estão liberados do uso do paletó. Obrigado.
O SR. JOÃO EZEQUIEL
MENDONÇA DA SILVA: Obrigado, Sr. Presidente. Boa-tarde à categoria de rodoviários aqui presente hoje,
boa-tarde a todos os Vereadores, boa-tarde ao Presidente dos trabalhos! Sou
João Ezequiel, sou Diretor do Simpa, Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, e nós
viemos aqui hoje apresentar uma demanda de grande importância para a cidade de
Porto Alegre. Eu quero fazer um apelo a todos os Vereadores, solicitando a
atenção de cada Vereador que está aqui hoje, porque hoje Porto Alegre está
vivendo uma grande crise no transporte público; existe uma grande crise
estabelecida em Porto Alegre na questão do transporte público. Por esta razão,
o Simpa está apoiando o movimento da categoria de rodoviários que,
curiosamente, sofre um golpe, inclusive de seu sindicato. Essa categoria teve
uma assembleia que a gente pode dizer que foi uma assembleia fraudulenta, onde
foi aprovado um dissídio de forma fraudulenta e levado para a patronal dos
rodoviários. Os rodoviários então se mobilizaram, criaram uma comissão de
negociação e, alto e bom tom, disseram que aquela assembleia onde muitos
participantes não eram da categoria, aquela assembleia que supostamente estava
aprovando um dissídio, aquela assembleia não era legítima. Portanto, os rodoviários
se organizaram, foram até o Ministério Público do Trabalho, e lá esteve o seu
sindicato, e lá esteve a patronal, os donos das empresas de ônibus de Porto
Alegre, e de lá ficou acertado que, no dia 19 de fevereiro de 2013, haveria
então um plebiscito no qual a categoria de rodoviários poderia então, de forma
legítima, de forma clara, apontar se apoiava, se concordava com aquele
dissídio, ou não.
Eu quero aqui chamar, para explicar toda essa
situação, eu quero aqui chamar o dirigente, o Presidente da Comissão de
Negociação dos Rodoviários, Alceu Weber, por favor.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALCEU
WEBER: Boa-tarde a todos. Obrigado pela presença do Simpa nesta Câmara.
Agradeço, primeiramente, pelo espaço cedido aqui pelo João Ezequiel, do Simpa,
que tem sido um apoiador nessas questões todas. Ele tem acompanhado desde o
início, como muitos membros desta Câmara, assim como todos os colegas
rodoviários que estão presentes aqui. Agradeço também à população
porto-alegrense pela paciência que tem tido, por todas as manifestações que têm
ocorrido nesses últimos dias.
Gostaria de, primeiramente, posicionar esse grupo,
porque algumas respostas devem ser dadas, tanto a esta Câmara quanto à
população que está lá fora, ansiosa, preocupada, porque hoje ainda foi
noticiado que, novamente, nós estamos em estado de greve.
Gostaria de deixar registrado aqui, de maneira
enfática, que temos que responder a uma pergunta que provavelmente todos têm
feito, seja na rua, seja nesta Câmara: pelo que têm lutado os rodoviários de
Porto Alegre? Têm lutado contra muitas coisas, algumas delas muito pontuais;
outras já de anos, de datas. Então, gostaria de deixar bem claro que o mais
forte aqui é fortalecer o que já tem acontecido. Agradecer a todos que têm
confiado neste movimento e confiado nesta comissão de negociação, que tem
cumprido o seu papel e vai continuar cumprindo, não importa até onde devemos
chegar. Nós temos um objetivo claro que nada mais é do que mostrar para toda a
sociedade porto-alegrense que, primeiramente, somos contrários ao aumento
tarifário abusivo como tem acontecido, como tem se desenhado. Nós buscamos nada
mais, nada menos do que qualidade de vida para as pessoas presentes aqui.
Queremos denunciar unicamente que temos uma jornada somente no papel, de
7h10min, em que muitos de nossos colegas ficam, em função do serviço, mais de
14 horas.
Temos aqui, pertencente também a esta Câmara, o
Paulinho, um rodoviário, que tem sido apoiador, tem-nos ajudado, assim como
muitos outros, como o Pedro Ruas, como a Sofia Cavedon, e por aí vai, a lista é
grande. Peço perdão àqueles que não citei. Citei primeiro o Paulinho, porque
ele tem vivido isso na pele durante 24 anos de sua vida profissional. Também
sei que o Delegado Cleiton, ex-profissional também da área, também vivenciou as
questões que estou aqui registrando.
Vamos ao ponto: no dia 22, como bem sintetizou aqui
o João, houve uma assembleia muito fraudulenta, em plena Av. Venâncio Aires,
deixando evidente o total desrespeito com essa categoria e com toda a circunvizinhança
local, mostrando que o poder vale mais do que qualquer coisa. A partir do
momento que eu coloco em via pública, em local aberto, uma assembleia, eu estou
simplesmente dizendo: “Venha quem quiser, participe da forma que quiser, e azar
da vizinhança”. Azar da vizinhança com o ruído, azar do transtorno todo causado
pelo trânsito local, porque 400, 500 pessoas em uma avenida é insustentável.
Este é o primeiro ponto que eu gostaria de deixar registrado.
Pior ainda, nessa mesma assembleia, foram infiltradas
pessoas não pertencentes a uma categoria profissional, e mais, inclusive
menores, motivando a presença de menores nesse local para votar e investiram de
poder de voto, por uma categoria profissional que estava ali do lado. Ficamos
impotentes nesse momento, porque entendemos que negociatas têm preços, têm
valores e têm também consequências, consequências essas que queremos registrar
aqui.
Nosso dissídio tem sido, há muito tempo mal
instruído, mal direcionado. E o que toda essa classe pretende é dizer aqui,
alto e bom som: basta! Porque, dessa forma como as coisas estão estabelecidas,
não tem mais como prosseguir. Temos hoje a segunda maior tarifa do País,
podendo passar para primeira maior tarifa do País, para percorrer um percurso
médio de 17,3 quilômetros por linha, enquanto que, em São Paulo, que é a maior
tarifa do País – que está em R$ 3,00 o custo tarifário lá –, percorre-se, em
média, 29 quilômetros. Existe uma incongruência muito grande, e bem faz o
Ministério Público de Contas em manter sob julgamento essa questão, porque
existe muita coisa, muita água ainda para rolar embaixo dessa ponte.
Então, estou aqui credenciando o Procurador do
Ministério Público e, se possível, até informando eles de muitas questões que
eu tenho certeza que será de grande valia para avaliação desse processo.
Quero dizer para o Da Camino que ele está no ponto
certo, está no rumo correto, e que continue, porque da forma como está é
insustentável. De 1994 até 2012, a tarifa aumentou 670%, enquanto o nosso
salário aumentou, 386%. Esse é um comparativo breve. Então, gostaria de, por
fim, deixar isso bem registrado aqui, nesta douta Câmara, e buscar aliados,
parceiros que possam vir a somar dentro desse processo, para que sejamos
companheiros, como muitos já têm sido. Há muita coisa errada, e nós estamos
dispostos a brigar pelo que é correto, assim como esta Câmara o faz há muitos
anos. Conquistar aqui parceiros, aliados, com quem nós possamos, então, seguir
em frente, em uma luta justa e digna; digna para esses rodoviários que, há
muito tempo, perderam noção do que é dignidade.
Agradeço, de antemão, presença de todos, mais uma
vez, e muito obrigado pela atenção. Desculpe no que tange e fere aos demais
aqui, mas a provocação deve ser feita porque a gente tem que se posicionar,
sim. A guerra, a briga, a luta que nós estamos travando é, primeiramente, pela
população de Porto Alegre, e assim deve ser. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido o companheiro Alceu Weber a compor a Mesa
conosco. Assumi, agora a Mesa na sequência do Ver. Bernardino Vendruscolo, que
teve que se afastar. Quero cumprimentar os funcionários, os colegas rodoviários
aqui presentes, a direção do Sindicato dos Municipários, citar a presença do
Mário, do João, do Farias, do Afonso da CUT, que vejo apoiando o Movimento
Unificado pela Democratização dos Rodoviários, e o Sindicato dos Rodoviários.
Abro, de imediato, a palavra às Bancadas. (Pausa.)
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento, e depois, prossegue em
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Presidente Sofia Cavedon, presidindo os trabalhos desta Sessão, meu
caro Weber, meu caro João Ezequiel, Vereadoras, Vereadores, público que nos
assiste, rodoviários, municipários, senhoras e senhores, eu falo aqui, Ver.ª
Sofia Cavedon, em meu nome e em nome do Ver. Alex Fraga, meu companheiro de
Bancada, e também falo em nome de uma companheira ausente, a Ver.ª Fernanda
Melchionna, licenciada neste momento. O que trouxe aqui o Weber, antecipado em
preliminar pelo João Ezequiel, é um tema da maior relevância. Eu acompanho esse
processo das lutas contra o aumento das tarifas de ônibus em Porto Alegre há
mais de 30 anos. E não só acompanho isso como acompanho também as lutas
sindicais. Eu sou advogado trabalhista e essa é a minha origem. E o que eu
vejo, ao longo dos anos, é um verdadeiro abuso no Município de Porto Alegre,
onde, sistematicamente, as tarifas são aumentadas acima dos índices
inflacionários e onde, sistematicamente, a categoria profissional dos
rodoviários é utilizada como bucha de canhão, sendo que, na verdade, tem a
maior parte dos seus direitos trabalhistas desrespeitados!
Já dizem, numa lenda urbana aqui na Capital, meu
caro Ver. Paulinho Motorista, que o melhor negócio para se ter em Porto Alegre,
Ver. Garcia, é uma empresa de ônibus bem administrada; e o segundo melhor
negócio é uma empresa de ônibus mal administrada. Um setor da economia que atua
de forma cartelizada e que desde 1989, quando venceu, Ver. Mauro Pinheiro, a
última permissão – e a era título precário – nenhuma dessas concessões, que é
de um serviço público, foi feita mediante licitação. Há 24 anos, Porto Alegre
espera a licitação para o serviço público de transporte coletivo de ônibus e
lotações! Há 24 anos! E isso não é qualquer coisa! É mais, e é pior, porque
essas empresas conseguem se organizar de tal maneira que, por um lado, impedem
que haja licitação, e por outro elas se governam e acabam governando todo o
sistema de transporte coletivo em Porto Alegre. Haja vista, por exemplo, o
verdadeiro escândalo – meu caro Weber e meu caro João Ezequiel –, do caso da
Expresso Cambará, Presidente Dr. Thiago. A Expresso Cambará, depois da morte de
seu titular, foi vendida internamente, ou seja, dentro do cartel, como se
alguém vendesse, por exemplo, um emprego público, uma função pública. E isso é
dito por declaração da viúva do ex-proprietário. Hoje, a Expresso Cambará
continua atuando, mesmo tendo deixado de existir. As mesmas placas que ela
utilizava estão agora sob o comando de outras empresas do Consórcio Sul da STS.
É inacreditável! É inacreditável o que acontece! E os nossos rodoviários
continuam com os seus direitos trabalhistas desrespeitados: fraude no banco de
horas, fraude na questão dos depósitos de Fundo de Garantia, ameaças
permanentes de demissão, assédio moral, diariamente, cotidianamente. Este ano,
as coisas parecem ser diferentes. Este ano, Professor Garcia, nós temos algumas
questões que são diferentes, e a mais importante delas é exatamente a Comissão
de Negociação. A Comissão conseguiu reunir desde trabalhadores organizados da
Carris até mesmo os trabalhadores organizados, com coragem, com valentia, sem
garantia de emprego, sem estabilidade das empresas privadas; essas mesmas que
têm o monopólio e cartelizam o setor, essas mesmas que conseguem impedir,
durante 24 anos, licitação para o transporte coletivo, que é uma obrigação
pública e que é delegada mediante simpatia, poder de cartel.
Então, para nós, do PSOL, surgem aqui duas questões
da maior relevância: a primeira é o orgulho de ver que os trabalhadores, Ver.
Prof. Alex Fraga, conseguiram – estávamos junto na assembleia de sexta-feira,
na Igreja Pompeia – se organizar de tal maneira que agora conseguem realmente
ser um polo de protesto, de divergência e de resistência com relação ao poder
do cartel; por outro lado, a vergonha de continuarmos tendo esse tipo de
situação em Porto Alegre, que não nos deixa em nenhum momento uma alternativa
melhor para a população, com um serviço de verdade, com qualidade, e não essas
filas que humilham as pessoas a cada final de tarde no Centro da Cidade, já que
elas ficam 30, 40, 50, 60 minutos aguardando os ônibus lotados.
Aqui foi dado um número espantoso: o percentual de
aumento da tarifa é gigantescamente superior ao percentual de aumento salarial
dos rodoviários; gigantescamente superior!
O Tribunal de Contas, numa auditoria independente e
séria, assim como a Procuradoria do Tribunal de Contas, por meio do Dr. Geraldo
da Camino, dizem que o limite máximo do valor tarifário hoje deveria ser R$
2,60 em Porto Alegre. Pois atualmente está em R$ 2,85, e eles querem R$ 3,30!
Por fim, os trabalhadores organizados conseguem dar
uma resposta ao mesmo tempo de enfrentamento na área trabalhista com seus
patrões, mas de profunda solidariedade com a população de Porto Alegre! Um
abraço a todos e contem conosco. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Dr. Thiago assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento, e depois para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, Ver. Dr. Thiago; líderes sindicais que hoje usam esta
tribuna; João Ezequiel e Alceu Weber; pessoas que nos assistem pela TVCâmara,
falo sobre a questão do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre que quer
acompanhar, com certeza, a discussão da questão do transporte na nossa Cidade.
Nós já usamos esta tribuna no início do ano
legislativo, no ano passado, no ano retrasado para elencar a questão dos
trabalhadores rodoviários de Porto Alegre. Na semana passada, quando usamos
esta tribuna, eles fizeram o conhecido “meia roda” e, no outro dia, paralisaram
as atividades na Restinga.
Os rodoviários de Porto Alegre, há muito tempo, vêm
lutando, e a população acha que eles estão lutando por um aumento, Pedro Ruas,
de cento e poucos reais. Não, os rodoviários de Porto Alegre estão lutando, há
décadas, por qualidade de trabalho; os rodoviários de Porto Alegre estão
lutando há mais de décadas, como já disse aqui nesta tribuna, pelo direito de
ir ao banheiro no fim da linha de ônibus. Se pegarmos várias linhas de ônibus,
vários fins de linha de ônibus, esses rodoviários não têm sequer um local para
ir ao banheiro; eles sequer têm um local decente para esquentar a sua refeição.
Esses rodoviários estão lutando pelo direito de ficar mais com a sua família.
Ele não pode puxar uma ou duas corridas e depois
ficar parado. Fica seis, sete horas à disposição da empresa; depois, ele é
chamado novamente para fazer as corridas. Aí, ele não pode ter um tempo de 20
minutos para fazer uma corrida, porque o prazo dela é de meia hora; ele não
pode ter um tempo para fazer uma corrida, porque, lá na parada, no corredor de
ônibus, está uma placa marcando 40Km/h como velocidade máxima, e estão
espalhadas por todo esse corredor antenas e mais antenas, que fazem o controle
do seu ponto. É por isso que essa categoria está lutando e isso é que quer
discutir. Ela quer discutir com esta Casa, com a Prefeitura, com o sindicato
patronal, com a sociedade de Porto Alegre. Esses homens e essas mulheres
carregam mais de 200 pessoas dentro de um caminhão desses. São responsáveis por
mais de 200 vidas, e nós estamos esperando acontecer uma tragédia em Porto
Alegre para ver o estado em que esses trabalhadores andam. Se nós pedirmos para o Mistério do Trabalho, se nós pedirmos
para a Previdência o número de afastamentos de rodoviários por problemas
psicológicos, vocês vão ver que o número é assombroso, Pedro Ruas, tu que és um
advogado trabalhista, tal é o estresse da pessoa que cumpre um tempo
inadmissível na sua jornada de trabalho. Mesmo que tenha intervalo, essa
jornada é abusiva; além de essa pessoa carregar mais de 200 vidas, muitas vezes
essa pessoa, quando chega no fim da linha, ela tem que depender, assim como os
nossos feirantes em Porto Alegre, da boa vontade de alguém que lhe ceda um
banheiro, da boa vontade de alguém que lhe ceda um espaço para esquentar a sua
comida, e, muitas vezes, há empresas até que nem permitem que ela descanse
dentro dos ônibus.
Então, a coisa é
muito mais complexa quando se fala que os rodoviários de Porto Alegre, quando
se mobilizam, querem somente o aumento da passagem de ônibus.
Eu conheço essa
categoria, eu conheço há muito tempo essa categoria. Esse Sindicato tem que ser
estudado, não pela sua atuação, mas pelo que fizeram com esse Sindicato. Esse
Sindicato era estadual, pegava toda a base dos rodoviários do Rio Grande do Sul
– Santa Maria, Santo Ângelo, Pelotas, Rio Grande, Caxias –; era um Sindicato
estadual, um grande Sindicato estadual. Eu cheguei a participar de eleições
desse Sindicato; eu viajava o Estado inteiro buscando votos para os rodoviários
de Porto Alegre. E toda essa estrutura estadual hoje ficou responsável pelos 10
mil rodoviários de Porto Alegre, que são responsáveis por pagar todas essas
contas do Estado. Toda essa estrutura, Vereadores, de subsede, de médicos, de
dentistas, de advogados, que havia em Caxias, em Santa Cruz, em Santo Ângelo,
que havia na subsede do Sindicato, ficou com o Sindicato dos Rodoviários de
Porto Alegre. Hoje, esse Sindicato já perdeu duas, três, quatro sedes; estão
aqui os profissionais, que podem dizer isso. Ele é responsável por uma dívida
incalculável de gestões passadas, não por má administração –, gestões de uma
categoria que representava mais de 70 mil trabalhadores e que hoje está
reduzida a 10 mil. Mas esse Sindicato tem uma história nesta Cidade; esse
Sindicato não permitiu que a catraca eletrônica fosse implementada em Porto
Alegre, que a função dos cobradores de ônibus fosse extinta na nossa Cidade.
Esse Sindicato tem um papel muito importante, porque muitas lutas em Porto
Alegre nas décadas de 1970 e 1980, surgiram dos
metalúrgicos e dos rodoviários de Porto Alegre, que deram um norte para que os
trabalhadores se mobilizassem. Agora, esse sindicato precisa ter um olhar, não
só do Ministério Público, mas um olhar da sociedade, para que volte a se
organizar, para que volte a ter paz e tranquilidade para defender os direitos
dos seus trabalhadores, para que volte a ter a soberania que uma entidade, que
uma instituição precisa ter para representar os direitos dos seus
trabalhadores.
Já foi dito aqui
quando nós usamos esta tribuna, já falamos disso com a Prefeitura também: para
tudo, no mundo do trabalho, existem regras. Foi eleita uma comissão de
negociação. Essa comissão de negociação, para fechar acordo, ela tem que ser
ouvida. Essa comissão de negociação tem que assinar junto com a direção do
sindicato. Este é o papel de uma comissão de negociação! E, pelo que eu
entendo, é isso que os trabalhadores rodoviários querem: que a vontade da
comissão de negociação seja feita. E eu acho que, quando nós falamos que temos
que ajudar, nós temos que ajudar! Não pode mais, mesmo a assembleia, importante
para a categoria, ser feita na rua. Eu acho que nós temos de disponibilizar
locais públicos para que isso ocorra, como o Tesourinha, a própria Câmara de
Vereadores, seja lá onde for. Agora, o que não pode mais é ocorrer o que está
ocorrendo, de os rodoviários de Porto Alegre, a população de Porto Alegre
ficarem à mercê de um transporte que só explora, um transporte que é puxa-puxa,
um transporte que é esticado e que os trabalhadores, quando chegam no final de
linha, não têm sequer o direito de usar o banheiro e esquentar a sua marmita.
Força e fé...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago Duarte): Obrigado, Ver.
Janta.
O Ver. Paulinho
Motorista está com a palavra, nos termos do art. 206, do Regimento.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa-tarde a
todos. Boa-tarde ao João Ezequiel, ao nosso Weber, ao pessoal rodoviário, com o
qual me identifico. Agora, tive que ficar de costas por causa das câmeras, mas estou
sempre junto com vocês.
Quero dizer que esta semana tivemos um atrito
devido à demissão do cobrador Barreto, da Restinga. Eu estive lá, juntamente
com a Ver.ª Sofia Cavedon, e foi preciso interditar a negociação lá, porque a
frota foi parada, e a Comissão está trabalhando em prol da categoria, com
negociações simples, mas são negociações que representem a vontade da
categoria.
Na próxima assembleia que houver, como diz o meu
colega Ver. Janta, tem que haver segurança máxima, e não ser como a última que
houve e tudo o que resultou, porque o rodoviário tem o direito de votar com o
coração, e de acordo com a sua própria vontade, e não ser atropelado por
outros, que, muitas vezes, nem são rodoviários e estão assoprando no seu
ouvido.
Vou estar sempre ao lado da categoria, porque eu
sou um rodoviário de muitos anos, e jamais viraria as costas para o meu
passado, e, no caso, vocês são o meu presente, vocês, rodoviários. Podem contar
sempre comigo, procurarei sempre estar ao lado de vocês, a qualquer hora; basta
me ligar, basta me procurar, e vou lutar por vocês, porque estarei lutando por
mim, porque sou um rodoviário de coração. Jamais virarei as costas para vocês,
porque não sou de duas caras. Estarei sempre presente e solicitando o apoio dos
meus colegas Vereadores, porque sei que eles irão me apoiar nesse sentido.
Um abraço a todos. Estou sempre à disposição de
vocês, rodoviários do meu coração! Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Thiago Duarte): Obrigado, Paulinho.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
Solicito à Ver.ª Sofia que assuma a presidência dos
trabalhos, já que preciso receber, juntamente com o Delegado Cleiton, o pessoal
do IGP.
(A Ver.ª Sofia Cavedon reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. JUSSARA
CONY: Sra. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu inicio
cumprimentando o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, e o faço através
do João Ezequiel, companheiro de tantas lutas, e, também, através do Presidente
da Comissão de Negociação dos Rodoviários, Alceu Weber. Cumprimento, também,
toda a categoria dos rodoviários, homens e mulheres aqui presentes, num momento
importante para a cidade de Porto Alegre, e esta Câmara não
pode se furtar a ter um debate, a ter encaminhamentos, como estamos todos aqui
neste momento. O papel do Simpa já destaquei, e quero destacar que vejo aqui
coisas que mudam e transformam, porque a defesa dos direitos dos trabalhadores
está pautada na defesa da qualidade nas relações de trabalho e na qualidade de
trabalho. Esta é uma categoria – eu falo como Farmacêutica, e atuei muito como
Deputada na questão dar LER/DORT, das doenças profissionais – que sofre doenças
profissionais de extrema profundidade e gravidade, porque não é apenas uma
LER/DORT, que já é uma doença importante, mas também enfrentar um trânsito
caótico, não ser respeitada como categoria profissional, tanto pelo gestor
quanto pela população que se equivoca na avaliação, e vocês estão
ultrapassando, com essa discussão, aquilo que ninguém melhor que os
trabalhadores podem dar contribuição. Uma das coisas é a crise do transporte
coletivo na cidade de Porto Alegre; outra, é a gestão pública ineficiente,
porque nós não podemos ter desenvolvimento nessa forma. Perguntaria: o que
acontece, no momento em que os rodoviários, por não verem as suas questões
atendidas, os seus direitos atendidos, pararem esta Cidade? Para a economia,
para o desenvolvimento, para a cidade de Porto Alegre; literalmente, para! São
eles que nos transportam, e transportam os demais trabalhadores. Então, o
direito dos trabalhadores, de garantir um salário digno – a Bancada do PCdoB,
em meu nome e em nome do Ver. João Derly, deixa claro que não pode ser mote
para colocar a população contra os trabalhadores que estão lutando pelos seus
direitos, e, ao mesmo tempo, trazendo uma questão fundamental, que é o
transporte de qualidade, a garantia de que possamos transitar por Porto Alegre
com mais celeridade, e isso também é de responsabilidade da gestão pública. Acho
que nós temos que pensar, é uma carga horária que sacrifica os trabalhadores;
também há as questões como o direito a condições dignas de trabalho, porque nós
não estamos mais numa época, com a perspectiva de o Brasil se tornar a quinta
economia do mundo, de termos, de um lado, o Brasil crescendo e
se tornando uma grande economia, e, de outro lado, ainda os trabalhadores sem o
seus direitos garantidos. Um deles, fundamental, é o direito à saúde, e a saúde
está implícita em tudo isso que vocês nos oportunizam, aqui, discutir,
inclusive as doenças do trabalho.
Outra questão com que a nossa Bancada se preocupa
muito, é o sucateamento da Carris; a Carris não pode mais ser sucateada, porque
ela é aquela parte do Estado que regula o processo. Temos que fortalecer aquilo
que é público, regulando o que é preciso para termos uma Porto Alegre com
desenvolvimento, que só será possível se não sucatearmos os setores
estratégicos. O setor de transporte é um setor estratégico para o
desenvolvimento e para a qualidade de vida desta Cidade. Então, acho muito
importante esta Tribuna Popular, e os trabalhadores trazem para nós,
Vereadores, subsídios para que a Câmara Municipal de Porto Alegre contribua,
inclusive, para passarmos a outros patamares na relação desta Cidade, dos seus
gestores, dos representantes eleitos por esta Cidade, tanto no Executivo quanto
no Legislativo, com os seus trabalhadores e com a população.
Esta é a Porto Alegre que queremos, sob a ótica de
cidade sustentável? O Atual Prefeito, inclusive, assinou um documento de cidade
sustentável na época da campanha eleitoral, mas não teremos uma Cidade
sustentável e com qualidade de vida sem estarem garantidas a sustentabilidade e
a qualidade de vida aos trabalhadores.
Os rodoviários, há muito tempo, vêm numa luta
histórica, que não fica apenas ligada à questão salarial, ela dá saltos no
pensar, no elaborar e no fazer a gestão de uma cidade, para que ela sirva aos
interesses do seu povo. Muito obrigada e boa luta para todos. Estamos aqui
nesta luta, firmes, junto à Bancada do PCdoB. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pelo Governo.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sra. Presidenta; senhores sindicalistas, trabalhadores aqui presentes,
Vereadores e Vereadoras; não poderia me furtar de falar neste momento em apoio
aos trabalhadores, em apoio aos rodoviários. Há muito pouco tempo, há 37 anos,
quando tinha 14 anos, tive minha primeira carteira assinada como rodoviário. E
ali aprendi muito, o trato com a comunidade no dia a dia, nessa profissão que
faz andar, que dá a dinâmica a Porto Alegre. Como disse a querida Ver.ª
Jussara, muitas vezes, são mal interpretados pela própria população. Então, é
importante, e vejo que, nesses 37 anos, a luta continua sendo a mesma, com
alguns acréscimos. Gostaria de me colocar à disposição dos companheiros na área
de Segurança pública, na área em que estamos enfrentando cada vez mais
problemas. Então, senhores, não tenho os 24 anos que o nosso companheiro
Paulinho tem, mas tive um ano de muita experiência, de muita felicidade, quando
trazia a minha marmita para comer dentro dos ônibus, pois não tínhamos nenhum
outro local. E hoje o Ver. Janta faz essa referência: continuamos sem local
para esquentar nossas marmitas; continuamos sem local para fazer as nossas
necessidades. Então, contem comigo, independente de Partido, independente de
situação: reivindicação de trabalhadores não tem Partido; reivindicação de
trabalhadores tem de ter a participação de todos os Vereadores desta Casa. Uso
um ditado: reivindicação e feijão, muitas vezes, só funciona na base da
pressão! Contem comigo, estarei presente junto com os trabalhadores rodoviários
de Porto Alegre para o que der e vier. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente, quero cumprimentar também o Sr. João Ezequiel, e
em nome dele, quero cumprimentar toda a classe rodoviária e parabenizar a Ver.ª
Jussara. Eu estava no meu Gabinete e ouvi a fala da Jussara – parabéns,
Jussara! Nós temos que ter um olhar mais profundo sobre a questão dos
rodoviários. Essas pessoas, durante o dia, carregam vidas, protegem as nossas
vidas. Imaginem em um ano quantas vidas essas pessoas protegem nesse trânsito
louco?! Esses trabalhadores fazem de tudo para que a gente possa sair de casa e
voltar seguros. Eu que andei muito de ônibus, no Camaquã, no Belém Rápida, por
causa das minhas escolinhas nas periferias, sempre conversando com os
motoristas e cobradores, que às vezes eram colorados, às vezes eram gremistas.
Então, tu tens o apoio deste Vereador e do Ver. Bernardino Vendruscolo, do PSD.
Conte com a gente, porque essa visão não tem que ser só dos Parlamentares, tem
que ser de todos, do Executivo também, todos com um olhar mais profundo, porque
vocês têm nas mãos vidas para proteger. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Muito boa tarde, João Ezequiel; Weber; todos os membros da categoria
dos rodoviários da nossa Cidade. Uma saudação de toda a Bancada do Partido dos
Trabalhadores. A nossa companheira, a Ver.ª Sofia Cavedon, tem acompanhado
diariamente, em nosso nome – no meu e do Ver. Marcelo Sgarbossa –, todas as
assembleias. E eu acho que fica aqui um questionamento na nossa Cidade. Acho
que o Ver. Delegado Cleiton colocou muito bem que nós temos que abrir esse tema
para além de qualquer divergência partidária entre oposição e situação, por
isso mesmo fica em aberto qual a razão de, mais uma vez, a cidade de Porto
Alegre e a sociedade, os trabalhadores de Porto Alegre estarem sofrendo o
resultado da cartelização do sistema de transporte público na nossa Cidade. Só
a título de exemplo, eu acho que isso serve para ficar no questionamento para
toda a sociedade, já que muitas vezes a grande mídia não dá voz para vocês,
inclusive coloca, de maneira equivocada, vocês contra a sociedade, contra os
trabalhadores da Cidade, como vimos na semana passada.
Por que em Canoas, onde deveria ocorrer um reajuste
de R$ 0,10, ocorreu uma redução de R$ 0,05? Graças à isenção dada pela
Presidente da Dilma na área do transporte público. Por que essa isenção não
está chegando para os trabalhadores de Porto Alegre? Essa é a grande questão
que fica. Eu tomei a liberdade de anotar alguns dados aqui. Por favor, depois
me corrijam: enquanto o dissídio do ano passado, em Porto Alegre, foi de 7,5%,
em Canoas foi de 8% para os rodoviários. A EPTC, equivocadamente, coloca a
culpa disso tudo nas isenções. As isenções equivalem a 29% em Canoas e 30% em
Porto Alegre. A cesta-básica é a mesma, o mesmo custo em Canoas e em Porto
Alegre. O diesel tem o mesmo valor. Por que aqui os trabalhadores vão ter que
sofrer com um aumento de R$ 0,45, se, em Canoas, tem uma redução de R$ 0,05
graças a Presidente Dilma? Essa é a pergunta que fica para o Governo responder
aqui na nossa Cidade, estamos todos ansiosos por essa resposta.
Parabenizamos vocês pela luta com autonomia, com
força, sem dobrar a espinha perante ninguém, uma luta dos trabalhadores de toda
a Porto Alegre, em especial, a dos nossos rodoviários. Um grande abraço!
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sra. Presidente, prezado Ezequiel, Weber, e todos os representantes dos
rodoviários; quero aqui, em nome dos nossos Partidos – PP, PSOL e PCdoB –, na
verdade, fazer alguns questionamentos para reafirmar uma agenda que está no
debate do dia a dia. Já que nós estamos, Janta, discutindo qualidade de
trabalho e qualidade de vida, por que os rodoviários têm que trabalhar até
quase 14 horas por dia? Dentro disso, por que – um debate que já fizemos várias
vezes aqui – ainda não tem a estrutura nos finais de linha, como banheiros e
outras questões para os trabalhadores atuarem? A questão do ar-condicionado nos
carros, por que está sendo retirado? A questão do BRT, que vem aí, que é um
projeto para qualificar, e que nós defendemos, onde está o debate sobre se vai
manter ou diminuir o número de trabalhadores? E há toda uma tese colocada, sem
debate, que diz que vai diminuir o número de trabalhadores rodoviários em Porto
Alegre. A questão da representação da sociedade no Conselho Municipal de
Transporte Urbano. Quero fazer um questionamento, não aos rodoviários e aos
trabalhadores que lá apresentam seu voto e sua discussão, porque, inclusive,
está aqui o Delegado Afonso, que sempre questiona: por que a juventude sempre
vota, sem discutir, o aumento das passagens? Por que o representante dos aposentados
vota, sem discutir, o aumento das passagens, assim como muitos outros
representantes de segmentos da Cidade?
Diante disso, é notório que, nesse período em que
foi elaborada a tabela de composição do preço das passagens – já se passaram 20
anos, e esse debate nós precisamos abrir –, os itens ali colocados mudaram em
função da composição tecnológica do transporte público, dos ônibus, sem falar
nos itens trazidos pelo Ver. Alberto Kopittke, como a questão da desoneração da
folha e muitos outros.
Portanto, em nome dos Partidos de oposição, nós
vimos aqui dar todo o apoio aos senhores e dizer que esse debate precisa ser
feito, mas à luz da qualidade do transporte e da qualidade de vida dos
trabalhadores rodoviários. Um grande abraço e muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sra. Presidente, Sr. João Ezequiel, representante da comissão de
negociação do Sindicato; eu acho que todos os Vereadores aqui tiveram
unanimidade quanto ao respeito aos trabalhadores, isso não de discute. Agora,
quanto às questões do Ver. Kopittke e do Ver. Engº Comassetto, assim como eles,
eu também tenho algumas perguntas. Por que, nos 16 anos do PT, não se
construíram os banheiros nos fins de linha? Foram eles que criaram todos esses
índices. Por que, nesses 16 anos, com aquela intervenção desastrada do PT nas
empresas de ônibus, que nós estamos pagando até hoje... Até hoje, Kopittke,
custa caro a passagem na Cidade, pelo desastre que o PT causou no transporte
coletivo de Porto Alegre; até hoje nós estamos pagando! Então, essas perguntas
que o Ver. Comassetto e o Ver. Alberto fizeram aqui têm resposta. Por quê?
Porque não há uma coerência entre o PT que governava e o de agora, que está na
oposição. As perguntas deveriam ter sido feitas dez anos atrás e agora também.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Acolhendo as demandas dos trabalhadores rodoviários...
O Ver. Nedel me questionava por que falei “colegas”. É porque temos muitos
colegas da Carris aqui presentes. Nós queremos aqui, a Câmara – oposição e
situação –, colocadas entre parênteses as divergências, reconhecer o belo
movimento unificado, com todas as centrais sindicais apoiando os rodoviários só
e tão somente por democracia na sua representação sindical. E aí nenhum dos
Vereadores, nenhum dos Partidos acha que não esteja correto. Está muito
correto! Ninguém aceita, em pleno século XXI, que o Sindicato resolva, na força
bruta, no autoritarismo, o dissídio sindical. Essa solidariedade, Presidente, a
Câmara quer transmitir à representação do Sindicato, à comissão aqui presente
através do espaço que o Simpa – Sindicato dos Municipários, já bem conhecido da
categoria municipária, traz neste momento. A Carris está junto, com certeza,
porque quer ter uma interlocução qualificada. Quando da crise da Tinga, na
semana passada, eu, em nome da Câmara, telefonei ao Vice-Prefeito, Ver.
Sebastião Melo, e lhe disse, Ver. Mario Fraga que essa não era uma questão com
a Prefeitura nem com a patronal; essa é uma questão, agora, dos trabalhadores
com o seu Sindicato, e nós não vamos desautorizar a comissão, Weber, que tu
presides tão bem. É um movimento belíssimo; reverteram aquela demissão em
função da qualidade do movimento, da representatividade e da unidade.
Esta Casa, portanto, acolhe a manifestação de
vocês, se coloca à disposição, porque o único caminho para todos, para a
dignidade do trabalhador rodoviário, para a boa tarifa para o cidadão de Porto
Alegre é o diálogo respeitoso e a resolução dos conflitos através do diálogo,
da capacidade de escuta e de entendimento daquilo o que a categoria rodoviária,
que segura esse transporte, tem falado, tem gritado, fazendo isso dentro do seu
direito de organização sindical. Obrigada pela presença. Encerramos a Tribuna
Popular desta tarde. (Palmas.)
(O Ver. Dr. Thiago reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Volto a presidir a Sessão e quero ratificar as
palavras da Ver.ª Sofia no sentido de esta Casa, de esta Mesa poderem
intermediar as ações de vocês.
O Ver. Clàudio Janta e o Ver. Delegado Cleiton
encaminham Requerimento a este Presidente que solicita a transferência do
período de Grande Expediente para a Sessão da próxima quinta-feira.
Em votação o Requerimento de autoria dos Vereadores
Clàudio Janta e Delegado Cleiton. (Pausa.)
V. Exa. quer encaminhar, Ver. Comassetto, o
Requerimento?
O SR. ENGº
COMASSETTO: Não, não quero encaminhar, isso aí é uma questão regimental. Eu sou
contrário e quero que seja cumprido o Regimento, só isso.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): É uma questão regimental os Vereadores fazerem o
Requerimento. Esta Presidência coloca em votação e pergunta se V. Exa. quer encaminhar
o Requerimento. Os Vereadores fizeram um Requerimento.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Vamos encaminhar, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por favor!
O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de autoria dos Vereadores Clàudio Janta e Delegado
Cleiton.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, não dá para criar aqui um constrangimento entre os
colegas. Nós sempre tratamos a questão, Janta e Cleiton, das transferências do
período de Grande Expediente, realizando troca entre os Vereadores. Por que
isso? Porque cada Vereador tem direito, uma vez por semestre, a um Grande
Expediente, e programa-se, em cima dos convites, dos temas, dos debates, dentro
daquele calendário que está estabelecido. Eu não quero aqui ser contrário ao
pedido, agora, isso sempre foi feito acordado entre os Vereadores. Por que
isso? O Luiz Afonso, que é o nosso Secretário Legislativo, já tem o calendário
em que consta o dia que cada um vai falar. Então, há uma preparação prévia dos
temas, dos conteúdos e das análises. Então, a postergação de um arrasta a
totalidade, e nós perdemos um dia para tratar um assunto no Grande Expediente.
Então, essa é a razão, Cleiton, não é uma contrariedade, mas nós temos que
conseguir fazer uma concertação do tema para que não tranque os Grandes
Expedientes. Essa é a questão. Inclusive, a nossa Bancada está disponível para
poder contemplar a todos e não parar o tema; nós já acordamos, quinta passada,
para não ter, para ter hoje. Agora, hoje não tem novamente, então o tema vai
sendo empurrado para frente. Eu não quero aqui entrar na lógica de ser a favor
ou contra, mas assim nós construímos uma concertação do tema. Então, esse é o
meu entendimento. Eu e a Bancada não vamos defender contrário aqui, agora, isso
sempre é acordado e a gente faz troca entre os colegas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para
encaminhar o Requerimento de sua autoria e do Ver. Clàudio Janta.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Ver. Comassetto, há duas semanas que nós estamos inscritos na pauta e
trocamos os nossos horários, até para que fossem debatidos temas trazidos pelo
senhor e pela sua Bancada, como ocorreu agora com os cortes das árvores; houve
transferências por pontos até mais importantes. Então, por isso, que nós
pedimos, mais uma vez, uma coerência do companheiro para que a gente possa
trazer e transferir mais uma vez, porque foi transferido duas ou três vezes –
não é, Ver. Janta? – até por pontos trazidos aqui pelo seu Partido.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Clàudio Janta e do Ver. Delegado Cleiton, que solicitam a transferência do
período de Grande Expediente para a Sessão da próxima quinta-feira. (Pausa.) Os
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h12min): Havendo quorum, passamos à
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 005/13 – (Proc. nº 0119/13 – Ver. Professor Garcia) – requer seja
constituída a Frente Parlamentar da Educação Física e Desporto.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 005/13, de autoria do
Ver. Professor Garcia. (Pausa.) O Ver. João Derly está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 005/13.
O SR. JOÃO
DERLY: Boa-tarde. Sr. Presidente, demais Vereadores, TV Câmara, pessoal que
nos acompanha também nas galerias, venho encaminhar o Requerimento do Ver.
Professor Garcia, que requer seja constituída a Frente Parlamentar de Educação
Física e Desporto. Em nome do PCdoB – em meu nome e em nome da Jussara Cony –
nós apoiamos essa Frente Parlamentar pela importância que tem a Educação
Física, os professores, os educadores que, muitas vezes, não são tão
reconhecidos, mas que têm uma influência muito grande, principalmente na
formação dos nossos jovens e de nossas crianças através do desporto. Eu acho
muito importante essa palavra desporto, porque amplia, sai um pouquinho do eixo
do esporte, mas de todas as modalidades, de todas as atividades físicas que nós
temos. Sabemos que o esporte reduz muito a competição, mas achei muito
interessante esse termo desporto, para que a gente possa atuar frente ao
esporte, frente à recreação, frente à educação física. É um tema muito
importante, e estamos de acordo e nos somando ao Ver. Professor Garcia.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. João Derly, nosso medalhista olímpico,
além de Vereador.
Em votação o Requerimento nº 005/13, de autoria do
Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 025/13 – (Proc. nº 0540/13 – Verª Fernanda
Melchionna) – requer seja constituída a Frente Parlamentar de
Incentivo à Leitura.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 025/13, de autoria da
Ver.ª Fernanda Melchionna, que requer a formação de uma Frente Parlamentar de
Incentivo à Leitura. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 025/13.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa-tarde Presidente, Dr. Thiago; colegas Vereadores, público que nos
assiste, nós vivemos um tempo onde a leitura é pouco estimulada, tanto no seio
familiar quanto no interior das nossas escolas. A modernização do espaço letivo
está sendo ampliada, fala-se muito em mídias virtuais, espaços virtuais de educação,
sites pedagógicos. Em contrapartida,
o acesso a essas mídias tem crescido bastante, progressivamente, nos últimos
anos, e isso é um ponto positivo. Infelizmente, nós temos o ambiente virtual,
principalmente a Internet, como um grande inimigo da leitura, ao invés de um
aliado. Tem-se acesso a textos de baixa qualidade, textos pobres, com muitos
erros, e esses não contribuem significativamente para o crescimento cultural da
nossa juventude. Portanto, todo e qualquer estímulo ao processo de leitura de mídias
impressas, livros, clássicos da nossa literatura deve ser feito. Por isso, peço
a todos que também unam-se a nós, à Bancada do PSOL. Falo em meu nome, em nome
da Ver.ª Fernanda Melchionna, que fez o Requerimento, em nome do Ver. Pedro
Ruas, para que somemos esforços em prol da melhoria cultural das futuras
gerações. Um grande abraço. Boa-tarde a todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 025/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente, Dr. Thiago; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, fiz
questão de vir me manifestar, pela importância dessa frente parlamentar que a
Ver.ª Fernanda está propondo que seja reinstalada e também porque a Câmara teve
uma importante mudança de Vereadores, e é importante recuperar as ações que
essa Frente Parlamentar realizou, ações que acabaram gerando o Plano Municipal
de Incentivo à Leitura, um plano inclusive com recursos previstos para o seu
fomento, uma Frente que fez com que muitos Vereadores se envolvessem no apoio
às iniciativas populares de bibliotecas populares, aos militantes da leitura
nesta Cidade, Ver. Prof. Alex, promovendo rodas de leitura nos parques
públicos. Uma Frente que, em 2011, apoiou esta Presidência e toda a nossa Mesa
Diretora para irmos pela primeira vez à Feira do Livro, mas que apoia e anda
junto com o livro fora da Feira. Em função do incentivo à leitura, a Frente
trouxe para cá o projeto Estante do Livro, ou Estante Livre, do troca-troca, e
a nossa marcenaria fez aqui, Presidente, duas estantes exclusivas, porque
ninguém tem estantes como a Câmara tem, de disponibilização permanente de
livros para troca-troca. As pessoas que passam pela Casa levam livros que estão
na estante e também deixam livros. Assim como no nosso quiosque no Mercado
Público, Sr. Presidente, cuja vitalidade eu quero que a nossa Mesa retome, pois
está lá fechado. Naquele quiosque, a nossa marcenaria também ajeitou umas
prateleiras para troca-troca. Ora, nós sabemos que esse tipo de política
precisa ser fomentado, assim como o gosto pela leitura precisa ser fomentado. O
gosto pela leitura é aprendido. Essa é uma aprendizagem que a escola precisa
promover, mas que a escola sozinha não dá conta. A família precisa contar a história
desde pequeno; a cidade, a sociedade precisa produzir o encontro com a leitura
permanentemente. Um sujeito, um homem, uma mulher, uma criança, um adolescente
que lê tem muito mais condição de cidadania, muito mais condição de inserção
soberana na sociedade, no mundo do trabalho, na construção da sua própria
qualidade de vida, Ver. Paulinho Motorista. Então, nós sabemos da preciosidade
de uma política de indução da leitura diante, inclusive, do entretenimento
fácil do computador, da Internet, da imagem dinâmica da televisão, da cultura
do entretenimento, do fazer nada, da festa, do isso e do aquilo. Nós precisamos
disputar duramente o espaço para o prazer da leitura. E esse espaço só é
produzido, só é disputado se políticas públicas se organizam para isso,
inclusive para as famílias serem despertadas para a sua tarefa de fomento à
leitura.
Então, acho que esta Casa cumpre um papel muito
importante quando reinstala a Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura. Eu
sempre sou da opinião, digo aos Vereadores novos, que a nossa maior tarefa,
muitas vezes, Ver. Brasinha, é fazer os direitos acontecerem, é fazer as leis
serem cumpridas, mais do que produzir novas leis. Então, essas frentes
parlamentes fazem exatamente essa indução, essa movimentação cultural para que
os direitos aconteçam, para que as leis sejam cumpridas, para que a efetividade
das políticas públicas seja real. Esse é um bom e belo instrumento. Eu sou
favorável às frentes parlamentares. Elas ampliam a nossa atuação,
transversalizam a nossa atuação e unificam os diferentes Partidos em nome das
boas causas, e essa é uma excelente causa, uma causa que beneficia quem luta
por ela e quem recebe o resultado dessa luta. Então, todo o nosso apoio à
Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Ver.ª Sofia, eu peço que a senhora venha até aqui.
Eu quero dizer ao pessoal que nos saúda com a sua presença nas galerias que
temos a maior sensibilidade para a questão do concurso, mas isso passa por uma
viabilidade financeira. Este Presidente vai ser extremamente criterioso com
esse processo. Se houver possibilidade, nós chamaremos o máximo de concursados
possíveis, mas isso passa por uma questão toda vinculada à viabilidade
financeira.
O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 025/13.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Dr. Thiago; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público
que nos assiste nas galerias e público que nos assiste pela TVCâmara, mesmo a
Ver.ª Melchionna estando de Licença para Tratamento de Interesses Particulares,
fiz questão, Ver. Pedro Ruas e Ver. Prof. Alex Fraga, de vir a esta tribuna. Se
a Fernanda estivesse, eu estaria aqui. Mesmo ela não estando aqui, eu venho à
tribuna para dar os parabéns, novamente, à Ver.ª Fernanda, porque nos dois
últimos anos eu participei da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura junto
com a Ver.ª Fernanda. Nós tivemos um brilhante trabalho. Nós criamos, aqui na
Câmara, a troca do livro, criamos balcões aqui na Câmara, fomos para o Mercado
Público e, por fim, Ver. Alex, que não estava aqui conosco, estivemos na Feira
do Livro. Fizemos um belo programa na Feira do Livro com a Frente Parlamentar
de Incentivo à Leitura. Então, pela Bancada do PDT, fiz questão de vir aqui para
dar os parabéns e me somar a essa Frente. Meus parabéns, Ver.ª Fernanda
Melchionna.
(Não revisado pelo orador.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento nº 025/13, de autoria da
Ver.ª Fernanda Melchionna. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 033/13 – (Proc. nº 0608/13 – Ver. Elizandro Sabino) – requer a
constituição da Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente.
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento nº 033/13, de autoria do
Ver. Elizandro Sabino, que requer a constituição da Frente Parlamentar em
Defesa da Criança e do Adolescente. (Pausa.) O Ver.
Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 033/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ver.ª Sofia
Cavedon, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, vou falar muito rapidamente, duas
ou três palavras somente. Não vejo nada que seja tão ou mais importante do que
nós estimularmos a cultura, a educação e a leitura, portanto é meritória a
iniciativa dessa proposta, Vereadora, e mais, acredito que nós precisamos
retirar alguma espécie de encaminhamento dessa Frente Parlamentar, Ver. João
Derly, para que a Câmara possa legislar também a esse respeito. Há muito tempo,
Ver.ª Mônica, eu anseio que nós possamos – não digo nas séries iniciais, 4ª, 5ª
séries, Ver. Mauro Pinheiro, quando não é possível, mas na 7ª e 8ª séries –
estimular os nossos jovens a ler pelo menos os clássicos da literatura
universal, nem que fosse um deles. Podemos pegar Victor Hugo – e agora vai
entrar nos cinemas com “Os Miseráveis” –, é uma obra que a pessoa lê e vale para
a vida. Nós podemos pegar Dostoievski, esses clássicos da literatura universal, Ver. Ferronato, e fazer com
que a nossa juventude, Ver. Villela, seja apresentada a esse universo, a esse
mundo que se descortina a partir da leitura das páginas desses grandes
clássicos. Hoje em dia, infelizmente, a nossa cultura é uma cultura que tem a
profundidade de um pires. Nós nos perdemos na televisão. Em cultura, as pessoas
entendem que é BBB, que é assistir ao Big Brother. Eu não tenho nada contra,
acho que cada um faz o que quer, mas isso não é cultura. Cultura é poder
imergir num grande clássico da literatura universal e ali poder receber essas lições, esses
ensinamentos.
Então, eu quero cumprimentar, quero dizer que essa
Frente, Ver. Tarciso – V. Exa. que está sempre aqui falando também das crianças
–,é para as crianças, é para os jovens, mas, acima de tudo, é para as futuras
gerações. Eu acho que pode parecer um tema despiciendo, menos interessante, mas
não é; essa questão da leitura é talvez um dos temas mais interessantes que
esta Câmara possa instigar, fomentar, estimular.
Portanto, agradecendo a minha Bancada pela
possibilidade do encaminhamento, eu queria dizer que todos nós temos que nos
engajar, e, se possível, Ver.ª Sofia, criarmos aí um marco legal que estabeleça
uma diretriz para que, na 7ª, na 8ª série, as crianças possam ler, e que o
Município alcance um desses livros, pelo menos um deles, senão dois ou três
desses grandes clássicos da literatura universal, para que as nossas crianças,
então, possam ser apresentadas ao novo mundo, que é este mundo da cultura, da
profundidade, do mundo que faz refletir, do mundo que faz sonhar, do mundo que
forma, acima de tudo, cidadãos melhores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Valter. O Ver. Alberto Kopittke está com
a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 033/13.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Prezada Presidente, Ver.ª Sofia; caros colegas de todas as Bancadas,
público que nos assiste, quero aqui, em nome da nossa Bancada, trazer o apoio e
os cumprimentos ao Ver. Elizandro Sabino por essa iniciativa de constituir uma
Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, essa que
é uma preocupação de todos, sem dúvida nenhuma. De maneira alguma este tema da
proteção universal das nossas crianças e dos adolescentes vem sendo menos
debatido pela nossa sociedade, bem como a gravidade de suas consequências,
Prof. Alex.
Nós temos como marco internacional a Declaração de
Genebra das Crianças e dos Adolescentes, de 1959, que, depois de algumas
décadas, passado esse debate, chega no Brasil através do ECA.
E o que acontece nos dias de hoje, nós que
enfrentamos dias de grande violência na nossa sociedade, e nós que ainda não
implantamos, efetivamente, de maneira completa, o que há de previsto de
garantia no Estatuto da Criança e do Adolescente? O que acontece é uma
regressão na nossa sociedade sobre esse tema; a sociedade com medo, a sociedade
acuada pela incapacidade do Estado brasileiro em diminuir a violência, acaba
estimulada, inclusive por muitos setores, acaba defendendo que nós abramos mãos
dessas garantias e dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes.
Então, nós, que não implantamos os direitos, queremos tirar as garantias das
crianças e adolescentes, diminuindo, cada vez mais, a maioridade penal para 14,
para 12, para 10, para 8 anos? Nós que, enquanto sociedade, ainda não fomos
capazes de estruturar os Conselhos Tutelares, por exemplo, de dar aos Conselhos
Tutelares... E sei que o Ver. Elizandro tem toda uma trajetória nesse sentido,
assim como vários outros Vereadores aqui, e que os nossos Conselhos Tutelares
são cobrados, corretamente cobrados, mas eles não têm, por parte de todo o
Poder Público, o apoio para o seu devido funcionamento e nem a mínima estrutura
necessária. Por isso que nós logramos hoje ser a sociedade, a Nação, em todo o
mundo, onde mais crianças e adolescentes são vítimas de homicídio. Nós somos
responsáveis por 10% dos homicídios de todo o mundo, sendo que 70% dos nossos
jovens têm menos de 25 anos. E é para essa mesma criança, para esse mesmo
adolescente que a sociedade, quando vê essa criança, esse adolescente morto no
chão, diz: “menos um para nos importunar!” Não é essa a resposta que nós temos
que dar; nós temos que ir atrás, disputar cada criança com o tráfico de drogas
e resgatar cada um dos nossos jovens na disputa contra a droga e contra a
violência. É nesse sentido que trago este apoio, parabenizando o Ver.
Elizandro, e que esta Casa, e a nossa Cidade se tornem cada vez mais uma
referência na defesa desse tema. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 033/13, pela oposição.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, colegas Vereadores
e Vereadoras, obviamente, que somos todos favoráveis à implantação dessa Frente, um trabalho parlamentar que vem preocupar-se cada vez mais
com esse tema da criança e do adolescente, e eu quero aqui aproveitar esta
oportunidade, prezado Ver. Elizandro, para trazer algumas sugestões e alguns
temas que estão na Ordem do Dia. Porto Alegre foi o primeiro Município
brasileiro a implantar o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, cuja
implantação já fez 20 anos, e também foi um dos primeiros Municípios
brasileiros a implantar a estrutura dos Conselhos Municipais da Criança e do
Adolescente e também dos Conselhos Tutelares. Em 2010, nós fizemos um debate
aqui nesta Casa sobre os Conselhos Tutelares, e aqui quero levantar um tema:
primeiro, sobre a regionalização desses Conselhos, Ver. Tarciso, a abrangência
deles para poder cobrir toda a Cidade; segundo, sobre o tema da rede que dá
sustentação à política da criança e do adolescente. De pouco adianta elegermos
conselheiros se não houver a rede que faça a integração dos programas
educacionais, disciplinares, estruturais, para poder dar conta desse recado –
então, esse é um primeiro ponto. E, segundo, nós acompanharmos as políticas
Municipais, Estaduais e Federais a respeito do tema. Foi implantado, aqui no
Município de Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Juventude, e eu sou um
daqueles que pergunta: qual é o real trabalho integrado que a Secretaria
Municipal da Juventude vem desenvolvendo? Talvez eu não tenha conseguido
encontrar as informações do que esteja desenvolvido, mas, em relação a este
tema, acho que a Frente tenha que dialogar com a Secretaria; é importante, bem
como com todos os programas sociais que existem do Governo Federal, como o
Brasil sem Miséria, o Bolsa Família, para que eles incidam sobre o processo
educacional dessas crianças, já que vieram para resgatar essas crianças e suas
famílias, e dar condições educacionais. E aqui todos nós sabemos que sem educação
não há solução, essa é uma realidade.
Quero aqui registrar
também dois outros temas que a política do Estado vem desenvolvendo. Na
primeira delas, tive o prazer de representar esta Casa, na última quarta-feira, uma na
inauguração das novas casas de acolhimento que o Estado vem implantando para
aquelas crianças e adolescentes com doenças mentais, cuja proteção é de
responsabilidade do Estado, e que, até então, eram tratadas muitas vezes, pela
estrutura física, como clausura, e não é isso que se quer – foi inaugurado
inclusive com o Secretário Lara, um conjunto de novas casas residenciais lá em
Belém Novo.
O segundo, é o trabalho que a FASE vem fazendo – e
tem um projeto já discutido –, com o apoio da Secretaria de Justiça, com o
apoio do Ministério da Justiça do Governo Federal, que é a descentralização da
estrutura da FASE e o acolhimento dos jovens infratores, cujos casos não são
mais tratados como casos de polícia, Delegado Cleiton. Essas crianças merecem,
por parte do Estado e de suas famílias, um acolhimento digno de transformação e
de um processo educacional. Essa nova modelagem da FASE é exemplar, e
precisamos aqui não só debatê-la como apoiar, sim, a sua implantação em toda a
sua dimensão, e no caso aqui no território de Porto Alegre.
Quero dar os parabéns, e falo em nome do PSOL, do
PCdoB e do PT, pois uma Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente tem que
ver a criança e o adolescente na sua plenitude, buscando a construção de uma
cidadania, de uma Porto Alegre que inclua.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o
Requerimento nº 033/13, de autoria do Ver. Elizandro Sabino. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 046/13 – (Proc. nº 0752/13 – Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul – CEFOR) – requer Moção de Solidariedade com a ampliação da
pista do Aeroporto Salgado Filho.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o
Requerimento nº 046/13, da CEFOR, que requer Moção de Solidariedade à imediata
ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho. (Pausa.) O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
046/13.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sra. Presidenta,
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, esta é uma Moção que não é de um Vereador,
mas de uma Comissão, na forma que prevê o nosso Regimento Interno.
Por coincidência,
ainda nesta semana, não sei se foi na sexta-feira, Ver. Cecchim, parece-me que
os pleitos, os anseios, as angústias da CEFOR ecoaram junto ao Palácio do
Planalto. Pretensão nossa, Ver. Ruas, mas é verdade, porque o noticiário dizia
que, no acompanhamento das obras do PAC, a situação do Aeroporto Salgado Filho consta
como preocupante. De fato, já está muito atrasado o cronograma.
A pergunta que fica,
Ver. Márcio Bins Ely, é a que passo colocar. Nós fizemos, na nossa
administração, a maior promoção de pessoas da história da Cidade: tiramos a
Vila Dique/Nazaré dali e a recolocamos lá nas imediações do Porto Seco, Ver.
Nereu.
Temos feito uma série
de outras ações, e aí surge a notícia de que o terreno do Aeroporto Salgado
Filho não seria compatível com a ampliação da pista. E eu pergunto a V. Exas.:
há quantos anos o Aeroporto Salgado Filho está ali? Há quantos anos? Quarenta
anos, cinquenta? Há quantos anos a atual pista já está ali, Ver. Idenir
Cecchim? E será que nunca se soube das condições alagadiças do terreno do
Aeroporto Salgado Filho, Ver. Paulo Brum e Ver. Cassio? Será que nunca se soube
quais eram condições para se fazer o asfaltamento daquela pista? Será que isso
é novidade, agora, depois de termos encaminhado todo o projeto e de termos
feito tudo?
Então, sobre este
tema se debruçou a CEFOR – os Vers. Airto Ferronato, João Carlos Nedel,
Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim e este Vereador – aprovando essa Moção
que estamos trazendo à consideração de V. Exas. para dirigir um apelo à
Presidência da República para que olhe com mais zelo e mais atenção a questão
do Aeroporto, compreendendo que não é um simples aumentar da pista, mas
especialmente o que vem em decorrência dessa ampliação da pista e que não diz
respeito única e exclusivamente à questão do turismo; é muito mais do que isso.
A maior parte das cargas, hoje, que são produzidas pelas indústrias do Rio
Grande do Sul tem que ser exportadas, via terrestre, até Campinas, Viracopos, e
do Aeroporto de São Paulo é que elas ganham o mundo. É um gargalo enorme na
competitividade da indústria gaúcha e poderia estar sendo aproveitado por Porto
Alegre. Nós temos toda uma região – agora que a Prefeitura faz a ampliação da
Av. Severo Dúllius; tem a Av. das Indústrias, Av. dos Estados; tem o outro lado
onde está a Varig Manutenção Logística, e a Av. Sertório – que já se constitui,
por sua própria natureza, a possibilidade de ali de fazer um cluster. O que é isso? É uma aglomeração
de empresas de uma mesma vocação, de uma mesma matriz econômica – e é isso que
nós precisamos estimular.
Por isso a Câmara de
Vereadores, através da CEFOR, faz esta Moção, Sra. Presidente, à Presidência da
República, porque isso já está definido e tem que ser o quanto antes. A partir
do dia em que nós pudermos ter a ampliação da pista – e queira Deus que seja
breve –, nós vamos ter empresas de logística que vão estar se instalando ali.
As cargas que vêm da serra, que vêm da região do nosso polo metal-mecânico, vêm
para Porto Alegre e, daqui, são embarcadas em grandes aviões de carga e daqui
ganham o mundo. Enquanto nós não tivermos isso, nós temos uma defasagem, nós
temos um gargalo, nós estamos tendo uma perda econômica enorme para a cidade de
Porto Alegre e uma perda de competitividade para o Estado do Rio Grande do Sul.
E Porto Alegre – é despiciendo, é desnecessário – é a nossa Capital.
Então, fica este
encaminhamento, Srs. Vereadores, para que nós aprovemos uma Moção de
Solidariedade para chamar a atenção da Exma. Sra. Presidente da República, para
que ela, por sua vez, provoque os seus técnicos, provoque a Infraero, provoque
quem quer que seja, para que, de uma vez por todas e o mais rápido possível,
nós tenhamos esse equipamento, que é essencial, que é estratégico para Porto
Alegre, que é a ampliação da pista do nosso Aeroporto Salgado Filho.
Portanto, fica o
apelo para a aprovação dessa Moção para que haja uma atenção mais pontual e
maior do Governo Federal...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Valter
Nagelstein, desculpe, não conseguiste completar a última frase?
(Aparte
antirregimental do Ver. Valter Nagelstein.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Infelizmente,
o Regimento me impede.
O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
046/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sra. Presidente,
Ver.ª Sofia Cavedon; meus colegas Vereadores e Vereadoras; Porto Alegre, em relação ao Aeroporto, prezado Villela, na verdade nós já perdemos
muito tempo em relação ao transporte aéreo qualificado para a cidade de Porto
Alegre. Com a expansão que vem ocorrendo no Brasil, principalmente dentro do
transporte aéreo, tanto de passageiros quanto de cargas, com a futura Copa do
Mundo, da qual esta Cidade será sede, que necessitará que o Aeroporto tenha
essas características e condições de ser um aeroporto internacional – Porto
Alegre é uma Cidade que tem 1,4 milhão de habitantes, juntamente com a Região
Metropolitana, que é o centro econômico do Rio Grande do Sul, associado à Serra
Gaúcha, principalmente –, não podemos mais perder o tempo que nós perdemos
nesse período. Eu falo nós, porque essa é uma agenda republicana : Município,
Estado e União.
E eu lembro aqui,
Ver. Cecchim, Ver.ª Jussara e Ver. Ferronato, que, no dia 23 de dezembro de
2006, eu e o então Ver. Raul Carrion já éramos Conselheiros Nacionais da
Cidade, fizemos uma reunião de urgência e emergencial – na época o Prefeito era
o Fogaça –, porque Porto Alegre, naquele momento, estava perdendo os recursos
da transferência da União por uma questão jurídica: o Governo Rigotto, na
época, estava inadimplente no tema da Saúde. Era uma disputa que havia e,
imediatamente, a Prefeitura, juntamente com o então Ministro Marcio Fortes,
reorganizou o repasse dos recursos, que era para fazer a compra da área e o
reassentamento das famílias da pista do Aeroporto. Isso em 2006! Já se passaram
seis anos e meio, e o tema ainda não deslanchou.
Eu estou falando
nessa agenda da morosidade, porque ela tem sido, sim, demorada por parte do
Município; foi morosa a transferência daquelas famílias. Essa questão do papel
do Estado, a decisão inclusive com outro aeroporto internacional, e a questão
da Infraero, do repasse dos recursos, queiram ou não sombreiam o debate.
A nossa Bancada do
Partido dos Trabalhadores vem aqui dar todo o apoio à implementação da aprovação
deste Requerimento. E quero dizer mais: se for necessário fazermos uma Comissão
Conjunta, tanto de situação quanto de oposição, para ir ao encontro do
Ministério das Cidades, das Secretarias Municipais responsáveis por acabar a
questão logística da remoção das famílias... É uma agenda que não terminou e
que bate com frequência na CUTHAB, prezado Ferronato. Quero, em nome da Bancada
do Partido dos Trabalhadores, não só nos colocar à disposição, mas dizer que
essa agenda é republicana e é uma agenda para colocar Porto Alegre no mapa
mundial da política aérea, sem contar, prezado Cecchim, o senhor que também é
empresário, as oportunidades de cargas que perdemos, não só no eixo do
Mercosul, mas no mundo.
Portanto, este tema não é pequeno, e, junto com
isso, por parte não da Infraero, mas do Comar, nós temos o tema conflitante com
o Plano Diretor de que toda aquela região está proibida de aprovar projetos de
desenvolvimento urbanístico na cidade de Porto Alegre – agenda que a Câmara não
enfrentou como poderia. Então, gostaria que incluíssemos esses dois pontos, se
for preciso criar uma comissão da Câmara, a nossa Bancada está à disposição
para avançar. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para um
Requerimento.
A SRA. JUSSARA
CONY (Requerimento): Creio que a proposta é importante. Em nenhum
momento quero tirar o mérito do encaminhamento do Ver. Valter Nagelstein, mas o
encaminhamento dado pelo Ver. Engº Comassetto é mais consequente na observação
da Bancada do PCdoB. Se nós conseguirmos ter uma Comissão nos moldes que o Ver.
Engº Comassetto coloca, no sentido de trabalhar oposição e Governo, para dar
consequência, inclusive perante o Governo Federal, nessa visão republicana que
ele coloca, nós faríamos o encaminhamento ao Ver. Valter Nagelstein, se fosse o
caso, para transferir essa votação para tentar um acerto nesse sentido. Se não
conseguirmos, depois temos como votar a Moção. Obrigada.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): V. Exa. requer adiamento de votação? Ver. Valter
Nagelstein, é possível um acordo?
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sra. Presidente, o Requerimento é da CEFOR – Comissão de Economia,
Finanças e Orçamento. Eu compreendo o que diz a Ver.ª Jussara Cony e acho o
seguinte: que não há conflito, acho, inclusive, que as duas ações se reforçam.
Se aprovarmos a Moção de Apoio hoje, que é uma a correspondência da Câmara de
Vereadores à Presidente da República, exortando a Presidente a olhar com mais
atenção, e, logo em seguida, montarmos uma comissão de todas as Bancadas e
formos a Brasília pedir uma audiência, nós estaremos fazendo duas ações e, mais
do que isso, estaremos vendo a importância deste tema. Há um consenso entre
todas as Bancadas. Portanto, não são temas excludentes, são temas que se somam,
e eu acho que neste caso, especificamente, quanto mais nós fizermos melhor
será.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Valter mantém o encaminhamento; a Ver.ª
Jussara mantém o Requerimento, nós votamos...
A SRA. JUSSARA
CONY: Não, não, não! No modo que o Vereador encaminha, e consultados os outros
Vereadores, parece-me que somamos a partir desse Requerimento, até porque ele é
da Comissão. Então, fica o compromisso de fazermos a Comissão e trabalharmos
nesse conjunto. Certo? Obrigada.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 046/13.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sra. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, fiquei contente,
Ver. Villela, com o encaminhamento do Presidente da nossa Comissão sobre esse
tema importante. Ele é muito importante não só economicamente, ele é importante
para tudo em Porto Alegre, e até em respeito a esta Cidade que investiu tanto
para recolocar – não gosto muito do termo “remoção” de famílias. A gente remove
entulho; famílias a gente transfere e realoca. Foi isso o que aconteceu. Gostei
muito de ouvir o Ver. Comassetto fazer essa defesa, com muita consistência, mas
temos que fazer isso chegar à Infraero, que tem tratado muito mal a cidade de
Porto Alegre. A Infraero está boicotando a Presidente Dilma, porque não
consegue fazer nem um galpão! Eles terminaram um galpãozinho do lado, um
puxadinho do Salgado Filho – não terminaram até hoje! Falta uma série de
equipamentos para que se libere aquilo; eles só fizeram um pequeno puxadinho
para que a TAM operasse naquele lado, não havia mais lugar para colocar o check-in das empresas. Então, o que está
passando ali na Infraero, eu não sei que jogo é que eles estão fazendo com esse
tal de novo Aeroporto, que até agora é só uma ficção da família Gusmão, de Novo
Hamburgo, do NH. Eu não sei se eles são proprietários de terra lá, mas não
importa. O Aeroporto de Porto Alegre, para sua ampliação, já retirou as
famílias que estavam na pista e está cercado há dois anos. O Ver. Valter tem
razão: quem não sabe daquele solo? Todo mundo sabe! A Infraero tanto sabe, que
desapropriou aquela região há 70 anos – não pagou ainda, é verdade. A maioria
das famílias não foi paga pela desapropriação da Infraero, mas há 70 anos
fizeram isso; então, eles não estão fazendo porque não querem. A Infraero
precisa dizer para a cidade de Porto Alegre o que ela está fazendo para atrasar
o Aeroporto; não é só a pista, é tudo. Tudo o que se trata do Aeroporto de
Porto Alegre eles estão atrasando, a Infraero precisa dizer quais são esses
interesses tão fortes. A pista pode ser aumentada em 1.200 metros, para quê?
Até pode fazer essa pista, mas vai demorar 20 anos. Demoraria 15 anos na
Alemanha; para fazer um aeroporto desses, aqui no Brasil, com essa demora toda
da Infraero vai demorar 40 anos! Podem até levar 40 anos para fazer um novo
aeroporto lá na Nova Santa Rita, mas aqui em Porto Alegre, onde já está
praticamente tudo pronto, é só botarem as máquinas e aterrar. Se a Infraero tem
medo de fazer uma concorrência, porque, normalmente, as concorrências da
Infraero dão problema – não sei por quê –, podem chamar o Exército para fazer
essa pista, sairá muito mais barato, ou, senão, que façam, de uma vez por
todas, essa pista que está traçada, planejada, já foi orçada dez vezes,
faltando apenas a Infraero dar a ordem de serviço, ou ter a vontade de fazer. A
Infraero não tem vontade de fazer a pista do Aeroporto Salgado Filho; eles
estão invocados, eu não sei qual é o problema, mas alguma coisa há. Parece que
a Infraero está fazendo um boicote à cidade de Porto Alegre nessa ampliação do
Aeroporto, de ter grandes empresas de logística no seu entorno, de fazer com
que a cidade de Porto Alegre seja uma referência em todo o
Cone-Sul para grandes aeronaves e, consequentemente, trazendo para Porto Alegre
mais recursos, para que a Prefeitura possa investir em coisas necessárias para
quem não anda de avião, como, por exemplo, os pobres. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 046/13, de autoria da CEFOR. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 047/13 – (Proc. nº 0753/13 – Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul – CEFOR) – requer Moção de Solidariedade com a criação de
Centro de Eventos Estadual, com sede em Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o
Requerimento nº 047/13, de autoria da CEFOR, que requer Moção de Solidariedade
com a criação de Centro de Eventos Estadual, com sede em Porto Alegre. (Pausa.)
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 047/13.
O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Presidente; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; senhoras e senhores; nós estamos acompanhando a
seguinte questão: em 2012, em uma reunião que fizemos, em que se tratou da
Comissão da Copa, nós conversamos sobre a questão da criação, da construção de
um Centro de Eventos em Porto Alegre, e, na época, com diversas autoridades
presentes, conversamos bastante com a nossa estimada amiga e competente Secretária
Abigail Fernandes. Parece-me, meu caro Ver. Valter, que, assim como nos ouviram na CEFOR
com relação à ampliação da pista do Aeroporto, também estão nos ouvindo com
relação a essa questão do Centro de Eventos. Porto Alegre expressa, no País,
uma das Capitais de maior concentração de volume de eventos. Por quê? Por uma
série de características, dentre outras, o próprio Aeroporto dentro da Cidade –
mas foi muito bem colocada e encaminhada a questão.
Agora, nós estamos com outra questão importante,
que é a definição, meu caro Valter, do local onde se construirá o Centro de
Eventos. Existe uma possibilidade de construção em Porto Alegre, e existe uma
outra possibilidade, que seria a definição de um outro local em um outro
Município do Estado. A questão que se encaminha, como uma outra possibilidade,
é o Município de Esteio, no Parque Assis Brasil. Sem nenhuma resistência a
Esteio, nós precisamos compreender a importância da construção de um grande
Centro de Eventos aqui na cidade de Porto Alegre. Por isso, estamos aqui
fazendo este registro que pode ser bastante breve, mas expressando a
importância desta nossa Moção na sinalização de que Porto Alegre, através de
seus Vereadores, através da nossa Comissão de Finanças, Orçamento, Economia e
do Mercosul, estamos sinalizando para que Porto Alegre tenha, sim, o seu grande
Centro de Eventos, conclamando o Executivo Estadual que nos dê uma atenção toda
especial para este tema, porque Porto Alegre – repito – é uma referência
nacional quando se trata de eventos no País. Obrigado, e um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, eu cumprimento a chegada de V. Exa. e venho, mais uma
vez, à tribuna para fazer coro à fala do Ver. Airto Ferronato e esclarecer que
essa é mais uma proposição da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do
Mercosul, exatamente porque diagnosticamos estes dois gargalos: o do aeroporto
e o do centro de convenções, Ver. Villela, V. Exa., que sempre tem nos ensinado
tanto lá na Comissão. Porto Alegre precisa disso, e o que nós estamos vendo,
Ver.ª Jussara Cony, e até lhe peço um apoio muito especial nesse assunto,
porque esse tema está sob a responsabilidade da Secretária Abgail, que é sua
correligionária partidária. E peço também atenção da Bancada do PT, porque este
tema está aos cuidados do Governo do Estado do Partido dos Trabalhadores, mas é
um tema muito caro a Porto Alegre. Nós precisamos, há muitos anos – tantos anos
quanto nós precisamos do aeroporto –, de um grande centro de exposições e
convenções. Esse tema, Ver. João Carlos Nedel, é também de interesse da Frente
Parlamentar do Turismo. Por quê? Porque Porto Alegre hoje tem uma fatia de 19%
do turismo brasileiro, mais especialmente no turismo de negócios, mas pode
crescer mais, Ver. Janta, nós podemos ter muito mais eventos. Se nós formos ao
aeroporto, Ver.ª Luiza Neves, nós vamos ver pessoas chegando todos os dias com transfers para a serra, para Gramado e
para Canela. Por quê? Porque lá existe uma rede hoteleira, que também existe em
Porto Alegre, e existem equipamentos de exposições, espaço para sediar essas
grandes feiras. Há muitos anos, nós vemos a Fenac em Novo Hamburgo. Por quê?
Porque tem a vocação do calçado naquela região, mas porque também, Ver. João
Derly, Novo Hamburgo se preocupou em ter um grande centro de exposições, que
são os pavilhões da Fenac, que podem abrigar uma grande feira lá.
Porto alegre, a Capital dos gaúchos, uma das
principais cidades brasileiras, ainda não tem, não obstante o esforço da
FIERGS. Tem um centro de exposições lá na FIERGS, mas é acanhado, é pequeno
ainda para que se façam grandes exposições, grandes eventos. E agora, o Governo
do Estado, pelo que se soube, está estudando a instalação de um grande centro
de exposições. Sem nenhum demérito a nenhuma outra cidade da Região
Metropolitana, mas é impensável que, nas condições de trânsito e tráfego da
BR-116, nós coloquemos qualquer espécie de equipamento em Sapucaia, em Esteio.
Volto a dizer, sem nenhum demérito a essas cidades, muito antes pelo contrário,
mas é porque as condições logísticas já não permitem mais! A menos que se
avance para a RS-10, Ver. Brasinha, para essa outra estrada que vai sair ali ao
lado da Arena do Grêmio. Enquanto isso ainda não ficar efetivado, não tem
condições logísticas de se colocar um equipamento dessa natureza às margens da
BR-116 porque não opera mais! Quando está acontecendo a nossa Expointer, nós já
estamos vendo isso! E não precisa da Expointer para a BR parar todos os dias.
Mas não é essa a questão, a questão é que Porto Alegre precisa. Porto Alegre,
eu volto a dizer, é a principal cidade do nosso Estado, é o tambor do nosso
Estado! Aqui retumbam, aqui ecoam todas as questões! Nós precisamos de um
equipamento dessa natureza, desse porte e desse tamanho na Capital do Estado
para sediar cada vez mais feiras, feiras de todas as naturezas! Para gerar
empregos aqui! Para movimentar ainda mais e para fazer crescer essa fatia do
turismo brasileiro de negócios e outras atividades!
É por isso que a CEFOR aprovou essa Moção, e essa
Moção está sendo trazida ao plenário da Câmara de Vereadores para receber o
apoio, Ver. Cleiton, de todos os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras. E para
que nós, Ver. Sabino, possamos dirigir ao Governo do Estado um apelo para que,
se está pensando e se tem recursos para instalar um equipamento dessa natureza,
se instale em Porto Alegre! Eu tenho certeza de que nós, Vereadores, todos nos
somaremos a uma iniciativa de, inclusive, disponibilizar uma área no Município
para que isso ocorra, de fazer uma comissão, ir ao Prefeito. Mas do que mais
precisamos é que o Governador Tarso Genro determine à Secretária Abgail que o
empreendimento seja feito em Porto Alegre, e que especialmente as Bancadas do
PT e do PCdoB, que são encarregadas disso, nos ajudem também nessa interlocução
com o Governo do Estado. É isso, Sr. Presidente, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Valter Nagelstein.
A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
A SRA. JUSSARA
CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; em especial os encaminhamentos feitos
pelo Líder do Governo e pelo Ver. Nagelstein... Eu gostaria de dar uma
informação, confirmada agora com a minha Secretária, a Secretária de Turismo do Estado, Abgail Pereira. Nós éramos
Secretárias: eu, do Meio Ambiente, do Governo Tarso Genro, e ela continua; e eu
fui deslocada para cumprir a tarefa de ser Vereadora em Porto Alegre. O
Governador Tarso Genro estabeleceu algo que eu considero importantíssimo sob o
ponto de vista de gestão pública e de transversalidades de ação com visão
republicana, que foi a Sala de Gestão. O primeiro projeto levado pela
Secretaria Estadual de Turismo, pela Secretária Abgail foi exatamente esse, e
por isso esta é uma Moção de Solidariedade que reforça o projeto pela criação
do centro estadual de eventos do Rio Grande do Sul na cidade de Porto Alegre.
Não preciso ser aqui repetitiva e dizer o que isso significa – os Vereadores
que me antecederam acho que foram muito felizes nesse sentido – sob o ponto de
vista do desenvolvimento, sob o ponto de vista do turismo olhado pelo aspecto
econômico, pelo aspecto do lazer, ou seja, na transversalidade que o turismo
representa para uma nação, para um país, para um Estado, enfim, para uma
cidade.
Eu quero informar algo que vai ser motivo de muito
orgulho para a cidade de Porto Alegre e acho que para todos nós: no último
momento em que a Secretária Abgail esteve junto com o Governador do Estado, ao
lado, no escritório de Oscar Niemeyer, foi exatamente fechando aquele que vai
ser um projeto que levará a assinatura, a arte e a capacidade profissional de
um homem como Oscar Niemeyer. Está na Sala de Gestão, está sendo discutido,
elaborado, articulado, o projeto está pronto, sob o ponto de vista da
participação de Oscar Niemeyer, e o seu escritório naturalmente continuará.
Creio que vai ser motivo de muito orgulho. A Secretária Abgail tem sido
decisiva nesse processo porque entende exatamente como os Vereadores que nos
antecederam: o significado desse centro de eventos na cidade de Porto Alegre é
estratégico para a Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul e para o Mercosul
também, porque Porto Alegre não é apenas uma passagem do Mercosul. Porto
Alegre, pelo que o Brasil representa hoje, é uma cidade estratégica para esse
desenvolvimento, essa integração econômica, social e cultural. Estou,
inclusive, da tribuna, dizendo da importância dessa Moção, Ver. Valter
Nagelstein, porque ela reforça o trabalho que a nossa Secretária Abgail
Pereira, do Governo do Estado, do Governo Tarso, já está fazendo e que está
numa fase importante. Se esta Câmara entender importante – acabei de falar com
a Secretária por telefone tão logo V. Exa. me chamou para contribuir, o que
acho que é dever de todos nós –, ela estará à disposição da Câmara Municipal
para a apresentação do projeto e da fase de execução. Eu acho que a Câmara
Municipal cumpre um papel muito importante. Somos, sem dúvida, parceiros nisso
porque nos interessa. Essa é a visão que eu acho que hoje a sociedade exige de
homens e mulheres públicos, é a visão de que nós temos que ter transversalidade
e essa visão republicana. Porto Alegre precisa, pois Porto Alegre tem o Governo
do Estado e, com certeza, o Governo Federal à disposição para que o nosso
centro de eventos seja algo concreto, liderado pelo Governo do Estado do Rio
Grande do Sul e pela Secretária Abgail.
Eu agradeço a oportunidade de vir encaminhar
positivamente, solidariamente, porque essa solidariedade da Câmara é importante
para o nosso centro de eventos. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, só para, antes de nós votarmos, dizer que a CEFOR acata
a sugestão da Ver.ª Jussara Cony. Imediatamente nós vamos providenciar o
convite à Sra. Secretária de Turismo do Estado para que venha à Comissão de
Economia e Finanças fazer uma apresentação deste Projeto, já imediatamente
convidando todos os Vereadores, que, oportunamente, serão comunicados da data
da presença da Secretária na nossa Comissão de Economia e Finanças. Muito
obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Obrigada, Presidente. Este tema é bastante pertinente, Ver. Valter. Eu
queria parabenizar a Comissão por trazer o tema para o Plenário, porque acho
que a cidade de Porto Alegre está à beira de perder esta oportunidade, Ver.
João Carlos Nedel. O Estado do Rio Grande do Sul vem analisando sete áreas. Nós
ouvimos isso na imprensa, mas foi afunilado para duas áreas. Uma das áreas,
Ver.ª Jussara, nós sabemos que é a do Morro Santa Tereza, e a comunidade, o
Movimento do Morro não tem acordo para que seja lá o centro de eventos porque o
processo do Morro Santa Tereza foi uma grande vitória da mobilização social. Há
grandes desafios para realizar a regularização fundiária naquela área. Já
iniciou o processo de regularização fundiária com o levantamento topográfico,
de levantamento socioeconômico e precisará de ajuste para haver o projeto de
urbanização para abrir ruas, para retirar algumas moradias da área de risco. Há
uma demanda clara. O Movimento do Morro Santa Teresa veio muitas vezes à
tribuna nesta Casa em 2011. Esta Casa ajudou, definitivamente, pedindo a
suspensão da urgência, para que não fosse vendido o morro, e o Movimento do
Morro apresentou aqui, em audiência pública, o tripé que inclui não só a
regularização fundiária, mas também o parque do Morro Santa Teresa e a
permanência, Ver. Engº Comassetto, da FASE atendendo jovens lá. O Morro Santa
Teresa, diferente da compreensão de alguns, acha muito importante atender os
jovens e lá tem muita segurança porque a FASE atende lá. Eu quero falar isso
inclusive para a Zona Sul, que lá é muito mais seguro. Então, esse tripé vai
andar junto, e lá não cabe um centro de eventos para dez mil pessoas, com
estacionamento – isso impediria a questão cultural, a preservação dos espaços
históricos. Mas eu considero que a CEFOR está correta em levantar o tema porque
em não sendo lá, o Governo do Estado tem apontado para fora de Porto Alegre.
Nós temos, Ver. Pedro Ruas, levantada por V. Exa., a proposta de tombamento. Em
função desse debate, ocorreu-me, junto inclusive do processo de discussão do
Morro, que o estádio Olímpico, e em função, Ver. Brasinha, da manifestação da
torcida do Grêmio... E o que eu falei no programa Atualidade não foi uma
brincadeira; a torcida do Grêmio, em todos os cantos, Tarciso, deste Estado,
quer que o Olímpico permaneça em pé, o Estádio Olímpico. Nós fizemos este
debate na Casa quando do Projeto; a densificação que será promovida naquele
ponto da Cidade será muito ruim para Porto Alegre, para o seu trânsito, para a
circulação na cidade de Porto Alegre, porque a Azenha já está superdensificada,
congestionada, é uma via de pequenos negócios de porta de ruas, de loja para
rua. Então, não venham me fazer via de alta velocidade ali, porque vai
prejudicar o comércio e a vida do bairro. Portanto, o Olímpico... E eu fiz uma
emenda propondo que o tombamento seja no moldes do bem inventariado de
estruturação, Ver.ª Jussara, que permite construir ali dentro; dá para adaptar,
redirecionar uso, mantendo a fachada, mantendo as características
histórico-culturais.
Então, nós queremos, e faço uma segunda sugestão ao
Ver. Valter, que a Comissão, sim, se reúna com a Secretária Abgail, mas também
manifeste ao Governador que a cidade de Porto Alegre precisa de um centro de
eventos, tem espaço para tal, e que nós gostaríamos que fosse analisada a
possibilidade, sim, junto ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, junto à empresa
OAS, construtora da exploração da utilização, porque o Governo do Estado
trabalha com a ideia de uma Parceria Público-Privada para esse Centro de
Eventos. Portanto, se há um espaço privado e houver vontade do privado, essa
parceria poderá ser feita num lugar onde se resolveriam vários problemas
levantados aqui pelo Ver. Pedro, levantados por mim, e a vontade, o desejo de metade
do Rio Grande do Sul – pelo menos a metade, acho que mais uma parte dos
colorados, também quer: que o Olímpico fique de pé. Então, Porto Alegre não
pode perder, Ver. Valter. Nós vamos achar uma solução para que fique aqui o
centro de eventos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu participo da CEFOR
e sou Presidente da Frente Parlamentar do Turismo, que tem dialogado, já há
muito tempo, com a Secretária Abgail, sobre esse assunto do centro de eventos,
que é fundamental para o turismo de negócios em Porto Alegre. Nós estamos
perdendo eventos por não termos um centro de eventos, convenções e feiras
adequado para Porto Alegre.
O Ver. Comassetto, junto com o Ver. Newton Braga
Rosa, esteve na Alemanha para trazer a Cebit para cá, que vai acontecer agora
em abril. Só que ela vem, Ver. Guilherme Socias Villela, com um terço do seu
tamanho, aqui apoiada fortemente pelo InovaPoa, porque nós não temos um centro
de eventos e feiras condizente.
Então, realmente, há inúmeras pessoas que querem o
Morro Santa Teresa, e eu acho tão triste a Ver.ª Sofia vir aqui dizer que vai
atrapalhar a recolocação daquelas pessoas que invadiram o Morro Santa Teresa –
uma reserva, um morro que foi invadido! Acho que eles têm os seus direitos, mas
o centro de eventos ali naquela pedreira não vai atrapalhar em nada,
absolutamente em nada! Eu fico muito triste que uma Vereadora de Porto Alegre
ponha em dúvida a importância de o centro de eventos ser localizado em Porto
Alegre. Parece que está querendo jogar lá para Esteio! É uma pena.
(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Não, a senhora não defendeu Porto Alegre, não; a senhora disse que vai
ter problemas lá, porque aquelas pessoas querem a legalização da invasão do
Morro Santa Teresa. Nada contra; só que isso não atrapalha, pois eles estão lá
em cima, esta outra parte, no terreno da FASE – da FASE –, que não tem nenhum
problema. Então, nós temos que fechar questão sobre a importância do centro de
eventos em Porto Alegre. Se for no Morro Santa Teresa ou em outro lugar, o
importante é que seja em Porto Alegre. E a Câmara de Vereadores tem
responsabilidade com a Cidade. Temos que fazer todo o empenho, toda a força
para que esse centro de eventos seja feito em nossa Cidade. Nós somos hoje o
segundo ou o terceiro centro de eventos de negócios do País. Estamos começando
a perder justamente por falta desse centro de eventos. Não podemos abrir mão
disso.
Estive, agora, semana passada, juntamente com a
Secretária Abigail e o Governador Tarso Genro, em Montevidéu, e lá tratamos
desse assunto. Não esqueçam que não é um investimento só do Governo do Estado;
é uma Parceria Público-Privada, que tem que ter fundamentalmente o investimento
privado, porque o Estado do Rio Grande do Sul não tem recursos para o
investimento. Portanto, ou o terreno tem que ser da Prefeitura Municipal ou o
terreno tem que ser do Estado para que a iniciativa privada viabilize o
investimento. Só o investimento privado não viabiliza esse investimento em
centro de convenções e feiras. Portanto, pela aprovação da presente Moção.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Thiago Duarte): Obrigado, Ver. Nedel. O Ver. Mauro Pinheiro está
com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13, pela
oposição.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, Dr. Thiago; demais Vereadores e Vereadoras, público que
nos assiste pelo canal 16, e público das galerias, eu quero dizer que concordo
com esta Moção, e, mais do que isso, acho que temos que trabalhar para que isso
aconteça na cidade de Porto Alegre.
Ver. Nedel, concordo com Vossa Excelência. Nós
precisamos de um centro de eventos em Porto Alegre, Ver. Ruas, até porque a
gente sabe da dificuldade de locais apropriados para grandes eventos na cidade
de Porto Alegre. Eu acho que todos os Vereadores desta Casa, além da Moção,
temos que trabalhar para isso, trabalhar em conjunto, assim como já falamos em
outras ocasiões, para buscar esse centro de eventos, em conjunto com o Governo
do Estado, com o Município, com as Bancadas, com todos os Vereadores. E temos
que trabalhar para isso, Ver. Brasinha. Mas acho que temos vários locais que
temos que discutir, entre eles, temos um próximo ao Trensurb, que é uma área
grande, poderia ser lá; nós temos o próprio Estádio Olímpico, de que a Ver.ª
Sofia Cavedon tem falado, quem sabe, uma parceria, hoje é da OAS, privada, mas,
quem sabe, uma parceria público-privada. O Arsenal, por exemplo, Ver. Pedro
Ruas, na Inglaterra, construiu, onde era o seu estádio, um condomínio e foi
preservada uma parte do estádio que supervalorizou esse condomínio. Com isso,
os torcedores do clube pagaram muito mais. O Ver. Alceu Brasinha, com certeza,
gostaria de morar num condomínio que fizesse parte do Estádio Olímpico. Então,
é uma questão que, quando se coloca, as pessoas falam: é da OAS sim, é da OAS.
Mas será que não valorizaria muito mais esse condomínio se fossem preservadas
algumas partes, Ver. Brasinha? Então, porque não buscarmos essa discussão, que
dá para se fazer. Claro que hoje é uma área privada, mas que pode ser discutida
numa parceria de valorização do próprio condomínio, Ver. Tarciso. Tenho certeza
que muitos jogadores gostariam de morar numa área onde estivesse preservado,
quem sabe, um Estádio Olímpico, quem sabe, com um centro de eventos junto com
um condomínio. São questões que se pode discutir, claro que hoje temos que
lembrar que essa área não pertence mais em ao Município, nem ao próprio Grêmio,
é uma área privada. Portanto, tem uma valor muito alto essa questão, mas acho
que podemos discutir. Quanto ao centro de eventos, tenho certeza que é uma
novidade nesta Casa, temos que discutir, sim, e temos que fazer de tudo para
que seja, independente de local, na cidade de Porto Alegre, porque ela merece e
tem a necessidade de ter um local apropriado para que a gente possa trazer o
turismo de negócios, para que se façam grandes eventos aqui. Acho que nós,
Vereadores, temos que buscar junto com o Governo do Estado, com o Governo
Federal, o diálogo com o Município, com a Prefeitura para que se busque esse
centro de eventos para a nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Eu acho que é importantíssimo para a nossa Cidade ter um centro de
eventos, não só de eventos, mas cultural. Acho que muita coisa passa por Porto
Alegre. Hoje temos cidades que vivem somente em função de eventos. O exemplo
disso é Gramado, que além de seus atrativos, tem agenda de eventos o ano
inteiro, principalmente em janeiro, fevereiro e março. Não pode a nossa Cidade
que tem toda a estrutura para receber esse tipo de turismo não ter um centro de
eventos que tenha um espaço de cultura onde apareça a Epopeia Farroupilha, e
que a gente não veja isso só em churrascaria, que lá se veja a história dos
Farrapos, a história do nosso Estado, de Garibaldi, de Anita, dos Lanceiros
Negros, de toda a nossa cultura. Que as pessoas que aqui chegarem tenham um
local onde vão ver os espetáculos e ver a coisa acontecer.
Nós, a Força Sindical, a central que eu presido,
tentamos fazer três eventos em Porto Alegre, e esbarramos em local: ou é
privado, ou tu cai na FIERGS ou na PUC, ou tu não tens um espaço público em que
tu possas fazer isso. Nós temos um espaço que hoje é privado e acho que o Estado
tem as condições para ajudar a realizar isso. Nós podemos ter um centro de
eventos rodeado, como já disse aqui o Ver. Mauro, de shopping center, de áreas de compra, de apartamentos, mas
preservado um pedaço da nossa cultura, um pedaço da história do nosso Estado,
que conte não somente a Epopeia Farroupilha, mas conte a história deste Rio
Grande do Sul que desbravou o mundo.
Nada impossibilita o Governo do Estado do Rio
Grande do Sul de se sentar com a OAS e criar um centro de eventos no Olímpico.
Está aí a área, está disponível, criam-se os arranha-céus, criam-se os shopping centers e se disponibiliza uma
parte daquela área para construir um centro de eventos. Isso a gente vê no
mundo inteiro, as partes históricas agregadas a partes novas e modernas, de última
geração. Cabe ao Governo do Estado dar este presente para Porto Alegre; cabe ao
Governo do Estado dar esse patrimônio para a população de Porto Alegre e para o
povo do Rio Grande do Sul. A nossa Capital recebe gente de todos os lugares.
Somente na cidade de Porto Alegre, vamos encontrar pessoas de todas as regiões
do Rio Grande do Sul e até de fora do nosso Estado. Por exemplo, aqui nós temos
o Tarciso, a Séfora, o Valdir Canal, pessoas que foram recebidas de braços
abertos pela nossa Cidade. Então, nada mais justo que Porto Alegre, a Capital
de todos os gaúchos... a Cidade que recebe gaúchos desde a fronteira Oeste,
desde a Região Sul, da Serra, do Litoral, seja a cidade que receba esse centro
de eventos e de cultura, proporcionando que as pessoas tenham acesso não só à
realização de eventos, mas à cultura do nosso Estado que é uma das culturas
mais ricas do Brasil, uma cultura que pode vender. A maior indústria do mundo é
o turismo, e não existe uma indústria que renda tanto e polua menos do que a do
Turismo. Acho que é a oportunidade que a nossa Cidade tem de ser presenteada
pelo Governo do Estado com um grande centro de eventos para a geração de
empregos e renda, para levar a cidade de Porto Alegre para todo o mundo, para
que todas pessoas que venham aqui conheçam um pouco da nossa história e que
possamos realizar grandes eventos na nossa Cidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
047/13.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Presidente, Dr. Thiago; Vereadores, Vereadoras e público que nos
assiste, eu não vim aqui para falar sobre o centro de eventos, pois acho justo
que Porto Alegre tenha um centro de eventos. Agora, não posso deixar de dizer
que seja no Estádio Olímpico. Gente, foi aprovado, aqui na Câmara de
Vereadores, o contrato do Grêmio com a OAS, e eu não sei que contrato é esse. É
um contrato particular entre o Grêmio e a OAS. O que a OAS faz com a Arena?
Vamos nós dizer para fazer o centro de eventos na Arena? Beleza. Seria uma
irresponsabilidade minha muito grande – eu, como jogador que fui do Grêmio, e
que tenho muitas pessoas que me admiram – instigar uma coisa, Ver. Nereu
D'Avila, e eu não sei se esse seria o caminho. Não existe uma pessoa mais
interessada, junto com vocês gremistas, do que eu, que tive uma história viva
ali de 13 anos – a minha história está viva ali no Monumental. Para mim, seria
ajudar a fomentar. Mas não, eu não posso fazer isso, porque eu estaria saindo
da linha. Existe um contrato que o Conselho Deliberativo do Grêmio assinou com
a OAS e esse contrato tem que ser cumprido, porque se não vai ser um País de
mentira. Centro de eventos tem que ter em Porto Alegre, na Capital dos gaúchos.
Ver. Pedro Ruas, eu estou com um projeto sancionado
há dois anos, Ver. Mauro – foi aprovado por todos vocês, todos os Vereadores da
outra Legislatura, os 36 Vereadores –, que implementa o Museu do Negro. Em
todas as capitais, na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, tem um Museu do Negro. Nós
temos aqui quase 50% de afro-descendentes, africanos, e não temos um museu do
negro. Se nossos filhos, nossos netos quiserem saber da história do negro no
Rio Grande do Sul, ou na Capital, eles têm que visitar outras capitais, ou têm
que recorrer a uma pessoa, de
preferência uma pessoa antiga, que
conheça a história do negro. Pelo amor de Deus! Aí venho eu aqui comentar uma
coisa que eu sei que não está correta... Todos nós gremistas, Ver. Nereu
D'Avila, gostaríamos, tanto que no abraço ao Olímpico chorávamos e falávamos
com o Danrlei – estávamos nós dois lá dentro –, dizendo que ainda não era a
hora de chorar a despedida do Olímpico, que o Olímpico ainda tem muito a
receber. Quando eu conversei com o Dr. Fábio Koff, ele disse que a Arena é
linda, maravilhosa, emocionante, mas que os deuses do Olímpico não saíram de lá
para ir para a Arena ainda. Por isso está essa confusão. Espero que os deuses
do Monumental, que aquela corrente, Comassetto, que só lá existe vão para a
Arena. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Cassio Trogildo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
O SR. CASSIO
TROGILDO: Boa-tarde, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da
Bancada do PTB venho encaminhar este Requerimento referente à Moção de
Solidariedade com a criação do Centro de Eventos Estadual. Nós precisamos ter,
nesta Casa, um grande trabalho conjugado para que possamos trazer esse Centro
de Eventos para a cidade de Porto Alegre. Porto Alegre já é caracterizada como
uma Cidade que recebe muito turismo de eventos, principalmente na área da
saúde, Ver.ª Jussara. Nós precisamos, sim, ajudar na construção desse processo,
junto ao Governo do Estado, para que esse Centro de Eventos, daqui a pouquinho,
não vá para Esteio, para que a gente possa ter esse Centro de Eventos aqui para
a cidade de Porto Alegre. Acho que a nossa Frente Parlamentar que está sendo
reeditada, inclusive já consignei minha participação, que preside o Ver. Nedel,
que também já abordou o tema aqui na tribuna, poderia conjugar esta Casa para
que pudéssemos ter, junto com o Secretário Municipal de Turismo, com a
Secretária Estadual de Turismo, com o Governador do Estado, a busca de obras.
Inclusive, podemos verificar todas. Eu respeito, inclusive, quem cita a
possibilidade de ser no Olímpico, apesar de entender e acreditar que a área do
Olímpico, objeto de tratamento nesta Casa – eu não estava aqui ainda – para
aprovação de um Regime Especial Urbanístico, onde a empresa que adquiriu junto
ao Grêmio através de um convênio que construiu a Arena, tem um projeto já
aprovado na Prefeitura com Regime Urbanístico – EVU. E acredito que não é
impossível que se discuta, mas o custo disso vai ser o custo do projeto que se
tem aprovado. Está aqui no Regime Urbanístico que esta Casa aprovou e que é
diferenciado. Com o devido respeito a quem inclusive votou contra o projeto,
mas o projeto passou aqui, foi junto quando se entendeu que Porto Alegre
deveria ter a Copa do Mundo, veio a esta Casa para votar o regime diferenciado
ali para o Beira-Rio e também para a área da Arena e para área onde está
instalado hoje o Estádio Olímpico, que deverá virar um empreendimento da OAS e
que já tem um regime aprovado, um projeto aprovado no Município e, como eu já
disse, também aprovado nesta Casa. Então, acredito que há coisas que precisam
estar acima realmente dos Partidos. Acho que esta Casa tem um exercício
democrático de quem é situação e de quem é oposição, mas, nesse caso em
especial, acredito que somos todos a favor da cidade de Porto Alegre. Nós
termos um centro de eventos do Governo do Estado que não seja na Capital, eu
não consigo imaginar. Eu não consigo imaginar, como Vereador da capital Porto
Alegre, que tenhamos o primeiro centro estadual de eventos do Rio Grande do Sul
que não seja sediado no Município de Porto Alegre.
Então, aqui da tribuna, vou encaminhar, mas depois
farei pessoalmente, para que o Ver. João Carlos Nedel chame a nossa Frente
Parlamentar do Turismo para uma reunião, na Câmara Municipal, para que
possamos, de uma maneira conjugada com todas as Lideranças desta Casa,
procurar, sim, o Governo do Estado para que se tenha a garantia de que este
centro de eventos do Governo do Estado seja instalado no Município de Porto
Alegre; áreas nós temos, apesar de elas estarem cada vez mais valorizadas, além
de toda a questão habitacional e de outras prioridades, mas essa não deverá ser
uma prioridade menor para que nós tenhamos o centro estadual de eventos aqui na
cidade de Porto Alegre a fim de fomentar o turismo de que tanto falamos em
Porto Alegre. Porque as pessoas passam por aqui, vão para Gramado, Canela, e
Porto Alegre acaba simplesmente sendo um local de passagem. Com a revitalização
da nossa orla, com todas as obras viárias que teremos como legado da Copa do
Mundo, cada vez mais teremos uma Cidade que será apresentada para o mundo
através da Copa do Mundo de 2014, mas que esse grande legado da Copa também
sirva para colocar Porto Alegre como uma Cidade boa para se fazer turismo e que
a população possa colher os resultados positivos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 047/13.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu já estava quase
desistindo, Ver. Pedro Ruas, mas o Centro de Eventos de Porto Alegre é tão
importante que se deveria discuti-lo até no dia da missa, nos cultos, nas
escolas, em todos os lugares, se nós estamos nos exibindo por aí afora que a
cidade de Porto Alegre é uma das principais Capitais do mundo que atrai turismo
de negócio.
Eu queria cumprimentar o Ver. Nedel por ter
lembrado da Feira de Hannover. Ela poderia ser muito maior se tivéssemos um
centro de eventos maior. O Centro de Eventos da FIERGS para os leigos parece um
grande centro de eventos, mas não é; ele é pequeno para os padrões
internacionais de eventos. A Alemanha tem Hannover, Düsseldorf, Colônia, cada
cidade distante cem quilômetros, elas têm um grande, um enorme centro de
eventos; na Itália é a mesma coisa. E dizem que na Cidade do Mazembe também tem
um grande centro de eventos. Eu falo isso não é nem para brincar com os
colorados; falo isso para dizer que uma cidade importante tem que ter um centro
de eventos importante, e que essa discussão não pode ser grenalizada nem
partidarizada. O Governo do Estado tomou a iniciativa? Ótimo, agora, nós, de
Porto Alegre, temos a obrigação – a obrigação! – de lutarmos para que seja em
Porto Alegre esse centro de eventos. Se for no terreno da Trensurb, como quer o
Ver. Comassetto, que seja lá; se for do lado onde a Fecomércio vai fazer um
grande empreendimento e tiver lugar para fazer o Centro de Eventos, que o
Governo do Estado se some à iniciativa privada e que a Prefeitura se some
também e que se faça lá esse Centro de Eventos. E só não vai ajudar... Pode ser
até no Olímpico, naquela área importante da Cidade. Tem que ter uma logística.
Quem vem expor ou que vai participar desses eventos enormes de negócio... Tem muita
gente que chega de jatinho e pousa no Aeroporto. Logisticamente, que bom que
seja lá. O que não pode é ter tranqueira.
Eu já vou dar a minha opinião – eu não estudei
muito logística, mas, por exemplo, em Esteio tem um problema grave, que é o ir
e vir; de manhã, é um problema, e na volta são dois problemas; então, é
complicado. Mas que se realize aqui em Porto Alegre, que se faça aqui todo o
esforço que nós pudermos – todos nós: o Prefeito, os Vereadores, os
Secretários, o cidadão, todos! Para facilitar a vida de quem for construir o
Centro de Eventos com essas dimensões de que nós precisamos. Se alguém se
propuser a fazer isso, todos nós vamos apoiar. Todos nós vamos destrancar. Nós
temos um problema danado de trancar rua para aprovar projetos, mas nós vamos
fazer tudo para facilitar uma grande empresa, uma grande entidade; e nós temos
em Porto Alegre grandes entidades. A FIERGS é uma grande entidade, que até
agora tem dado respaldo para isso. A Fecomércio vai construir um grande
conjunto lá perto do Aeroporto, também. Pois, se for ela, que seja feito lá. As
entidades fazem isso. Mas se for entidade empresarial, empresa, Governo do
Estado e Município, que todos façam um esforço enorme, porque isto vai trazer,
não só turismo de negócio: vai trazer muito emprego e vai trazer dinheiro,
dinheiro para a Cidade, arrecadação, impostos para que esse dinheiro seja
investido onde precisa ser investido. Onde é que a Prefeitura tem que investir?
Tem que investir nos viadutos? Tem que investir na mobilidade? Sim. Mas tem que
investir principalmente no bem-estar das pessoas que vivem em Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Idenir Cecchim. O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
047/13, pelo Governo.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras; Ver.ª Sofia Cavedon, a senhora busca ideias
maravilhosas. Onde a senhora conseguiu essa ideia? Há tantas pessoas passando
por aí e ainda não tinham descoberto essa ideia. Parabéns, Vereadora, a senhora
gosta de futricar bastante mesmo; a senhora gosta demais, e principalmente
quando fala do Grêmio e da Empresa OAS. Este Projeto tem dono, Vereadora, quem
o lançou foi o Ver. Pedro Ruas, e, agora, a senhora foi atrás querendo ganhar
alguma coisa em cima do Projeto do Ver. Pedro Ruas.
Ver.ª Sofia, tenho
respeito por V. Exa., eu acho que a sua ideia foi maravilhosa, foi uma ideia
genial, uma ideia que só a senhora teve nesta Casa. Há 35 Vereadores nesta
Casa, sendo que eles não tiveram essa ideia, e senhora quer construir um centro
de eventos lá no Estádio Olímpico. Mas, primeiramente, a senhora teria que
falar com os russos; a senhora não falou com os russos ainda para fazer o
Projeto.
Vereadora, eu sou
favorável a fazer um centro de eventos aqui na cidade de Porto Alegre, mas
vamos começar a procurar, Vereadora. Quem sabe nós montamos uma comissão
liderada pela senhora, e vamos ficar, durante 30 dias, procurando um local para
desapropriar e fazer um centro de eventos, mas isso com a senhora junto, porque
a senhora é uma professora que gosta de ordenar as coisas e que elas sejam
cumpridas.
Eu não concordo com a
sua ideia. Não concordo porque existe negociação. O Projeto passou aqui nesta
Casa, Vereadora, e aí nós não vamos querer aprovar um Projeto que passou por
aqui? Vereadora, tenho respeito pela senhora, mas peço que procure outro local
e pode ser que acerte desta vez, porque a senhora não acertou ainda, e não vai
acertar. Vereadora, não vai acertar. Inclusive, eu já quero lhe transmitir que
vou marcar uma reunião para a senhora apresentar o seu Projeto, mas eles não
vão concordar com isso, porque acho que esta Casa tem honra quando vota, e
esperamos que o foi decidido seja cumprido, porque nós votamos, e não foi
por acaso que ficamos aqui até a meia-noite, debatendo toda a negociação, que
foi aberta para todos os Vereadores aqui desta Casa, uma negociação intensa
junto ao Internacional e ao Grêmio. Mais ainda, o Grêmio não ganhou nada de
graça, e o Internacional também não, só que ao redor do Internacional e do
Grêmio há obras, e algumas competem ao Município, outras não. Quero discordar
da senhora, porque, ultimamente, só tem pegado no pé da Arena e do Grêmio. O
que a senhora tem contra o Grêmio?!
(Aparte antirregimental do Ver. Mauro Pinheiro.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: É lá mesmo, Ver. Mauro Pinheiro, mas acho que a Ver.ª Sofia, no fundo,
torce lá para os “vermelhos”. É verdade, Ver. Pedro Ruas, o senhor teve essa
ideia, o Projeto é seu, e eu jamais pegaria carona no Projeto de um Colega para
depois dizer que a dona da ideia é a Ver.ª Sofia. Prefeito Villela, eu acho que
quando a gente vota, vale o voto, não podemos voltar atrás em hipótese alguma,
porque nós votamos e aprovamos, então, não pode! Eu acho que já está sabatinado
esse negócio, não existe retorno, porque a construtora já está negociando
apartamentos em projetos aprovados. Agora, a Ver.ª Sofia sai com essa bela
ideia! Eu acho que pega muito mal para esta Casa aqui votarmos um projeto, e
depois começarmos a discuti-lo novamente. Então, quero dizer para os senhores
que eu não concordo com a ideia da Ver.ª Sofia.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Em votação o Requerimento nº 047/13, de autoria da
CEFOR. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 17h): Encerrada a Ordem do Dia.
Eu quero dizer, com muita satisfação, que observo
que esta Casa volta ao centro dos debates. Quero ressaltar que estaremos
recebendo nesta Casa o filósofo esloveno, Slavoj Žižek, no dia 05 de março. No dia 18 de março, teremos, às 19 horas, uma Audiência Pública para
tratar da duplicação da Av. Edvaldo Pereira Paiva, na Avenida Beira Rio, e no
dia 1º de abril, teremos aqui um grande debate sobre as reformas de base, com
as presenças, ainda a confirmar, do Senador Cristovam Buarque; dos dois
Ministros vivos do Governo João Goulart, Waldir Pires e Almino Afonso; do
ex-Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça; dos comunicadores, Juremir Machado e
o André Machado, este que irá mediar os nossos debates. Então, a Câmara volta a
ser protagonista de todos esses debates. No dia 11, haverá uma Audiência
Pública para discutir a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho.
O Ver. Engº Comassetto
está com a palavra.
O SR. ENGº COMASSETTO: Obrigado, Presidente, Ver. Dr. Thiago. Estamos aqui, as Bancadas de
oposição da cidade de Porto Alegre, na Câmara Municipal – o Partido dos
Trabalhadores, o PSOL e o PCdoB –, para anunciar a composição das Lideranças de
oposição. Nós somos três Partidos e vamos trabalhar na proporcionalidade. Neste
ano, 2013, coube a Liderança ao PSOL, na pessoa do colega Ver. Pedro Ruas; para
2014, ao PT, sob minha responsabilidade; para 2015, ao PCdoB, com a Ver.ª
Jussara Cony; no último ano, em 2016, ao Partido dos Trabalhadores. Então,
nesse sentido, como fez a situação, anunciando o Ver. Airto Ferronato há poucos
dias, nós estamos aqui, a oposição, anunciando essa composição, e dizendo que a
oposição continuará trabalhando muito por Porto Alegre, assumindo seu papel do
contraditório, na posição de ser propositiva, de apresentar, de estar
fiscalizando, de estar analisando, de estar propiciando o debate, para que o
nosso Parlamento sempre seja um grande Parlamento. Nesse sentido, nós, os três
Partidos – PT, PCdoB, PSOL – estamos aqui, trazendo essa decisão, e o nosso
Líder, neste ano, é o Ver. Pedro Ruas.
A SRA. JUSSARA CONY: Creio que é de extrema importância para esta Casa e para a cidade de
Porto Alegre contar com uma oposição consciente, propositiva, e que tem, como
maior aliado, os interesses do povo de Porto Alegre. Creio que decidimos bem,
pela proporcionalidade; decidimos bem iniciando pelo PSOL, e dando a
continuidade ao PT e, no terceiro ano, o PCdoB, e, no último ano, o PT
novamente, porque essa é a proporcionalidade. Queremos, além do que já disse o
Ver. Comassetto, reafirmar perante esta Casa, aos Vereadores e a cidade de
Porto Alegre, que nós, sem dúvida nenhuma, teremos um olhar importante para,
também, as grandes causas da Nação brasileira que se refletem em Porto Alegre,
como a reforma política, a reforma urbana, a questão do desenvolvimento com
sustentabilidade, contribuindo assim para que a cidade de Porto Alegre confie,
cada vez mais, neste Poder Legislativo.
Também queremos dizer que
nos sentimos absolutamente à vontade para fazer as discussões através da
Liderança do Governo, hoje representada pelo Ver. Airto Ferronato, que tem aqui
desempenhado uma articulação política respeitosa e queremos que assim continue.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente, Ver. Thiago; Vereadoras, Vereadores; público que nos assiste,
quero fazer um registro muito breve, que me honra muito. Ver. Prof. Alex Fraga,
meu companheiro de Bancada do PSOL; companheiros e companheiras de oposição,
Vereadores e Vereadoras do PT, Vereadora e Vereador do PCdoB; meu caro Ver.
Airto Ferronato, Líder do Governo, quero que V. Exa. saiba que em nenhum
momento haverá falta de diálogo entre nós, ao contrário, acho da maior
relevância – e já disse isso publicamente –, que seja V. Exa., Ver.
Ferronato, o Líder do Governo, porque tem demonstrado uma capacidade
extraordinária nesse sentido. A nossa linha de fiscalização integral é uma
linha que interessa a Porto Alegre, que ajuda a nossa Capital, e tenho certeza
absoluta – até pela experiência que tenho, este é o meu quinto mandato nesta
Casa – de que nós temos condições de apresentar, meu caro Líder do Governo, uma
linha de interlocução produtiva e permanente. V. Exa. deu provas, no episódio
do corte das árvores, de que é muito sensível ao diálogo e tem capacidade de
entender o que é democracia efetivamente, que não é simplesmente uma maioria
atropelar uma minoria, meu caro Ver. Guilherme Villela, e, sim, o respeito
pelas posições de todos, porque todos nós representamos aqui os
porto-alegrenses.
Fica o meu reconhecimento, o meu agradecimento aos
Vereadores e Vereadoras do PT e do PCdoB, o nosso compromisso de tratar, neste
Tempo de Liderança, somente dessas questões de Porto Alegre ou consensuais,
porque somos Partidos que têm divergências entre si, e é natural porque somos
de Partidos diferentes, não somos do mesmo Partido. Nós aqui formamos um bloco,
Ver. Comassetto, nesta Casa, que tem uma liderança em 2013, terá outra em 2014,
em 2015 e em 2016. Então, Ver. João Derly, eu fico é muito honrado com a
distinção neste primeiro ano, tenho certeza, Ver. Prof. Alex Fraga, de que falo
em nome de todo o nosso Partido. Para nós, há um grande compromisso, e esse
grande compromisso chama-se – e eu tenho certeza de que nisso há unanimidade na
Casa – Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Presidente, como V. Exa. pode ver, eu e meu colega Ver. Bernardino
Vendruscolo, do PSD, não estamos nem na situação nem na oposição, mas estamos
pelos bons projetos. Em momento algum vamos nos furtar de votar nos grandes
projetos para a cidade de Porto Alegre, nos projetos bons da oposição ou da
situação. O Ver. Bernardino Vendruscolo e eu entendemos que ficamos bem à
vontade para votar aqui nesta Casa. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Dr.Thiago): Obrigado, Ver. Tarciso.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr. Presidente, por favor, antes de o Ver. Waldir Canal falar, nós
protocolamos, com mais de 20 assinaturas, e já tendo um Parecer da Procuradoria
da Casa favorável à CPI das tele... Queria saber se o senhor tem alguma
informação para dar para este humilde Vereador sobre esse protocolo.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Eu lhe respondo depois da fala do Ver. Waldir
Canal, Ver. Janta.
O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. WALDIR
CANAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; eu venho a esta
tribuna em Tempo de Liderança do PRB para falar de um assunto importante que
nós temos acompanhado e que nos preocupa muito: trata-se da questão da dengue
no Município. Na semana passada, tivemos uma manifestação do Secretário de
Saúde que nos preocupa bastante. Ele disse que nós vivemos uma pré-epidemia de
dengue, com possibilidade de alastramento dos casos no Município.
É importante nós, aqui na Câmara de Vereadores,
também traçarmos ações que venham a combater essa questão. A dengue é um
problema que está espalhado pelo Brasil. Nós ouvimos que, em alguns Estados, já
tem gerações de mosquitos mais resistentes, e as pessoas estão correndo risco
de vida, principalmente se forem contaminadas novamente, pois vai agravando a
situação. E nós, aqui na Câmara de Vereadores, precisamos criar mecanismos que
deem condições de combate à dengue. Como? Eu sei que o assunto é polêmico, mas
eu venho à esta tribuna exatamente para levantar o assunto e, ao mesmo tempo,
dizer que precisamos votar aqui a Lei Complementar nº 395, que institui o
Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, principalmente quando
nós vemos o art. 124. Eu sei que é uma questão polêmica, há posições
divergentes, como, por exemplo, a questão das casas que estão fechadas, estão à
venda, estão para serem alugadas. Existem piscinas, existem alguns depósitos de
água, e o agente de Saúde não consegue entrar ali; é difícil. Se não tiver
alguém, como é que vai ser jogado o remédio, como é que vai ser feita a
inspeção? A Prefeitura do Rio de Janeiro e a de outros Municípios atuam de
maneira diferente: a imobiliária ou o proprietário é obrigado a abrir a
residência para passar por uma inspeção, porque o caso é de Saúde pública, é de
interesse da sociedade. Eu sei que a Prefeitura está trabalhando em cima disso,
eu sei que a população tem que ser educada, a população precisa colaborar, a
população precisa fazer a parte dela muito mais, porque o mosquito se prolifera
em ambiente, muitas vezes, domiciliar, ali no pratinho da planta, na água limpa.
Uns já dizem que não é só em água limpa, que ele já evoluiu para se procriar em
outros lugares.
Eu venho aqui fazer este registro, pedir e propor.
Nós estaremos levantando este assunto e trabalhando para que este Projeto seja
debatido e votado, para que haja, então, uma solução.
Quero fazer um registro rapidamente, convidando os
Vereadores para sexta-feira, às 10h, quando estaremos relançando a Frente
Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro. Quero convidar todos para que estejam
no Plenário Ana Terra: sociedade, colegas, todos os que quiserem participar.
Agradeço, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. Waldir Canal, esse tema é bem
controverso.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente Dr. Thiago, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras
e senhores, nossos telespectadores e ouvintes; falo aqui em nome da Liderança
do Governo, em uma preliminar, eu que quero fazer um registro de agradecimentos
pelas manifestações que as Lideranças de oposição fizeram elogiando a
designação do nosso nome para liderar o Governo, e essas manifestações foram
divulgadas na semana passada no Jornal do Comércio, para cumprimentar o Ver.
Pedro Ruas e toda a oposição. Falo em meu nome, em nome de todos os Vereadores
da situação, Vereadores da base do Governo, e também, tenham certeza V. Exas.,
falo em nome do Prefeito Municipal de Porto Alegre, José Fortunati.
Na semana passada, um pouco antes da última
exposição no Jornal do Comércio, fui entrevistado por jornalista do mesmo
jornal. Perguntaram-me o seguinte: “Ferronato, tu não achas que a oposição é
muito pequena?“ Eu disse: “Não, porque Vereadores de oposição ou de situação não
são um simples número; oposição e situação significa a qualidade dos
representantes que a Câmara de Vereadores tem hoje enquanto 36 Vereadores.
Tenham a certeza de que todos nós compreendemos, e o Prefeito Fortunati também,
a importância da oposição, e eu respondi que importante é a oposição que nós
temos hoje, preparada, competente, aguerrida, atenta, experimentada e, antes de
mais nada, parceira nas boas lutas para as questões da cidade de Porto Alegre.
É por isso que estamos aqui para cumprimentar – é claro, é uma decisão de foro
íntimo, da oposição, dos nomes dos Partidos que desempenharão, nesses quatro
anos, as funções de Líder de oposição, mas hoje nós não poderíamos deixar, em
nosso nome, repito, em nome do Prefeito, em nome dos nossos Vereadores, de
trazer um abraço fraterno e amigo – o Ver. Pedro Ruas, homem que tem uma
trajetória histórica, política e social muito grande aqui na nossa Cidade.
Temos a consciência de que os bons debates acontecerão capitaneados por nós,
como líderes – eu quero repetir aquilo que eu disse naquele primeiro dia,
quando aqui assumi: por nós, enquanto todos nós, líderes eleitos da cidade de
Porto Alegre, que estamos aqui envolvidos nessa nobre função de Vereador de
Porto Alegre, acompanhados por um Executivo nas suas ações e pela nossa Mesa
Diretora aqui da Câmara, também trazendo aquele abraço. Obrigado. Parabéns,
estamos juntos nesta jornada.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Waldir Canal assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; colegas Vereadores, Vereadoras,
senhoras e senhores, a imprensa que nos acompanha e que propicia o debate
também na cidade de Porto Alegre. Venho aqui, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, prestar contas do conjunto de encaminhamentos que fizemos a
respeito do episódio da semana passada, do Conduto Forçado da Álvaro Chaves. Já
iniciamos, aqui, um debate sobre esse tema, e, nesse final de semana, na semana
passada, fizemos um belo debate nas emissoras, principalmente com o Líder do
Governo, Ver. Ferronato, bem como fizemos um documento e o entregamos ao
Prefeito Municipal.
Senhoras e senhores, essa obra é a maior obra de drenagem
pluvial em Porto Alegre, Projeto que se iniciou no ano de 2000, na época do
Governo Tarso Genro, no Município de Porto Alegre; depois, na continuidade com
o Prefeito Verle, com o Secretário, Diretor do DEP, o nosso Ver. Airto
Ferronato, hoje Líder do Governo, foi desenvolvido um Projeto, que foi mudado
nos anos de 2006 e 2007. Até hoje, nós não sabemos qual foi a mudança feita no
Projeto!
E aí, Sr. Presidente – eu gostaria que a câmera
mostrasse –, nós executamos um Pedido de Informações, no ano de 2007, à
Prefeitura Municipal, no tempo do então Prefeito Fogaça. Nesse Pedido de
Informações, há dois itens que são fundamentais. O primeiro deles: se o novo
traçado do Conduto Forçado, decidido pelo Sr. Prefeito, que evita a passagem da
obra pela Rua Marquês do Pombal, introduzindo um novo traçado pela Cristóvão
Colombo, foi precedido de nova verificação hidráulica pelo IPH – Instituto de
Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E o item
10: como se dará a solução de inserção, nesse novo traçado, das redes do arroio
Tamandaré, visto que seu traçado original tangenciava o Conduto Forçado na
altura da Marquês do Pombal, e, posteriormente, cruzava a Cristóvão Colombo,
onde está situada a nova posição do Conduto Álvaro Chaves.
O que significa isso? Ali já existia uma obra do
DNOS, da década de 1960, que canalizava todas as águas de uma região. E o
Projeto conduzido, na época, pelo Ver. Ferronato, não cortava esse conduto
Tamandaré. E a mudança no Projeto foi o corte do Tamandaré. A pergunta que
estamos fazendo: o que foi feito com as águas do Tamandaré? O ponto que rompeu
é exatamente ali no encontro do Tamandaré, na Cel. Bordini, no início da
Marquês do Pombal. Pois bem, nós entendemos que esse debate precisa ser
elucidado, e aqui, Ver. Idenir Cecchim, temos feito um debate muito responsável
sobre esse tema. Inclusive entreguei o documento ao Prefeito Fortunati na
sexta-feira – está aqui uma cópia – dizendo que, lendo os periódicos locais,
verificamos que o Governo Municipal tomara uma medida de já chamar a equipe
técnica e encaminhar uma comissão, o que não poderia ser diferente por parte do
Prefeito. Mas, no nosso entendimento, deveria o Prefeito contratar uma equipe
externa independente que não é a empresa que construiu a obra para fazer uma
avaliação e entregar para o próprio Prefeito, para protegê-lo e proteger a
Cidade das devidas responsabilidades.
Então, nós entregamos esse documento, e fizemos
inclusive a sugestão de que fosse a Sociedade de Engenharia e o IPH. Mas
levamos esse debate hoje para a Mesa, e
queremos que a presidência desta Casa encaminhe por que um Pedido de
Informações da Casa, de 2007, não foi respondido. Se tivesse sido respondido,
talvez, muito do que está acontecendo hoje não teria acontecido. Então, um
Pedido de Informações oficial, da Casa, que tem que ser respondido aos 36
Vereadores para que nós possamos aqui fiscalizar. Não nos foi permitido fazer a
fiscalização por não ter havido a resposta no primeiro semestre de 2007,
assinada, na época, pelos Vereadores Danéris e Carlos Todeschini. Então, Sr.
Presidente, concluo a minha fala deixando mais essa pergunta em aberto. O nosso
papel, da liderança do PT, neste momento, é perguntar, para que as respostas
venham, e nós estamos aguardando, por parte do Prefeito, a resposta ao ofício
que lhe encaminhamos, sugerindo a constituição dessa comissão. Um grande abraço
e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente Waldir Canal, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, chego a
ficar preocupado, Ver. Valter Nagelstein, quando o Ver. Comassetto começa a
falar lento, lendo alguma anotação, tentando dar conselhos; é de se ficar
preocupado, Ver. Mario Fraga. O Ver. Comassetto, neste ano, está com muita
calma aqui na tribuna, está acalmado pelas providências que o Governo toma,
quase sempre antecipadamente à preocupação do Vereador, mas ele tem
legitimidade para ficar preocupado.
Falo desse assunto de que ele está falando, o
Conduto Forçado Álvaro Chaves, e aí eu pergunto ao Vereador – ele estava
fazendo perguntas hoje, e agora é minha vez de fazer perguntas. O projeto que
foi iniciado lá, ainda quando o nosso Líder do Governo atual era diretor do DEP
formava o tal do cotovelo na Av. Marquês do Pombal. Para preservar aquele túnel
verde da Rua Marquês do Pombal, fez-se esse mesmo cotovelo a uma quadra abaixo,
na Av. Cristóvão Colombo, Ver. Nereu. Isso quer dizer que esse Pedido de
Informações do Ver. Comassetto, se fosse respondido, seria uma resposta por
gentileza, pois não precisava responder nada, a resposta estava dada no
projeto, seria uma resposta por pura gentileza.
Quanto à preocupação do Ver. Comassetto em querer
que o Prefeito se proteja com a contratação de uma auditoria externa, aí, sim,
ele está exagerando. Primeiro, porque o Prefeito não precisa se proteger de uma
coisa que ele administra com muita competência. No dia dessa enxurrada, ele
estava lá, no centro de comando, exercendo o seu papel de Prefeito da Cidade.
No outro dia, ele estava lá no local, olhando e determinando que se fizesse uma
avaliação do que aconteceu. Certamente, nós temos de olhar, sim, se houve um
dano, se houve um defeito do projeto. Erro de projeto, chama-se assim na
Engenharia, não é, Ver. Comassetto? Se foi erro de projeto, vamos averiguar.
Vamos ver se algum material não foi usado corretamente ou se aquela quantidade
de chuva, de 72 milímetros em uma hora, foi suficiente para causar o estrago
que causou. Vamos averiguar aquele outro conduto que também fez um rombo lá na
Rua Dr. Timóteo. É um outro conduto que tem bomba e que também estourou, Ver.
Mario Fraga. Esse conduto não foi construído pelo Fogaça, nem pelo Fortunati, é
um conduto da Cidade, mas estourou. Foi muita chuva! Quem sabe há falta de
capacidade desses condutos ou eles estouraram porque a chuva foi demais, vamos
ver o que aconteceu.
Eu queria aqui dispensá-lo de uma coisa. Não da
legitimidade do Ver. Comassetto de pedir, mas da preocupação dele com a
proteção do Prefeito. O Prefeito Fortunati não precisa dessa proteção, porque
ele administra com boa-fé, com competência e seriedade. Então, Ver. Comassetto,
a preocupação com a defesa dele deixe para ele, porque a seriedade e a
competência são as melhores defesas que alguém pode ter. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Passamos às
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em
Comunicações, por cedência dos Vereadores Márcio Bins Ely e Mônica Leal.
O SR. NEREU
D’AVILA: Ilustre Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro
lugar quero registrar a minha imensa satisfação por voltar à tribuna do povo de
Porto Alegre para os grandes debates desta Legislatura. Em segundo lugar quero
dizer que, na data de ontem, 24 de fevereiro, ocorreu o octogésimo primeiro
aniversário do direito ao voto feminino no Brasil. Foi Getúlio Vargas, em 24 de
fevereiro de 1932, quem estendeu o Decreto nº 21.076, criando o Código
Eleitoral, no qual, no art. 2º, foi instituído o voto feminino. Quero dizer que
essa conquista foi muito importante para o Brasil, porque, desde o séc. XIX, as
britânicas, as inglesas, já criavam um movimento na Inglaterra das sufragistas,
em inglês Women’s Suffrage – isso no
séc. XIX –, e no séc. XX explodiu em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Inclusive a bióloga Bertha Lutz, famosa mulher lutadora, em 1919, instituiu uma
luta em todo o País para a instituição ao direito ao voto feminino. E foi na
cidade de Mossoró, no Rio grande do Norte, em 1927, que uma professora chamada
Eunice Guimarães exerceu pela primeira vez o voto, conseguindo se alistar. Só
que, como era proibido, uma Comissão do Senado anulou todos os votos femininos
no Brasil – isso em 1927 –, e em 1930, como todos sabemos, Getúlio, à frente da
Revolução, foi colocado no Poder e, pressionado por movimentos feministas
vindos da Inglaterra, com grande repercussão e manifestação das próprias
brasileiras, em 1932, como eu disse, instituiu através do Decreto o Código
Eleitoral, dando direito de voto, não obrigatoriedade, mas o direito de voto às
mulheres. Tão importante foi esse Decreto, do direito de voto feminino, pois
era uma luta pelos direitos sociais das mulheres em todo o mundo; tão
importante que, só em 1946, Evita Perón fez com que o seu marido, Domingo
Perón, instituísse o voto feminino na Argentina, muito depois do voto feminino
brasileiro. Então, foi em quatro grandes etapas: primeiro as suffragettes, na Inglaterra; depois as
lutadoras do Brasil, em 1919, no seu ápice; após, em 1927, uma mulher exercendo
seu voto, através do alistamento eleitoral, em Mossoró, no Rio Grande do Norte,
apesar de seu voto ter sido anulado; e, finalmente, em 1932, quando ele foi
instituído.
Em 1997 foi também estabelecida uma cota, a lei das
cotas, que determinava 20% das vagas para as mulheres, modificada agora, em
2007, para 30%.
Então, queremos registrar esses 81 anos do direito
obtido pelas mulheres a exercer o voto. E também quero registrar que, mesmo
depois da conquista de 30% das vagas para mulheres, nós, dirigentes
partidários, militantes partidários, sabemos da grande dificuldade de alguns
Partidos em conseguir esse percentual. E aí entra a parte em que as mulheres
devem mobilizar-se para terem mais participação política. Não adianta dizer:
“Ah, as mulheres não têm direitos”. Elas também devem se mobilizar. Porque nós
sentimos nos Partidos, às vezes, que não conseguiremos mais e que conseguimos
com muito esforço os 30%. É claro que o Brasil conseguiu ter uma Presidente
mulher, o que foi uma grande conquista para nós, gaúchos, mais ainda para nós,
PDT, porque a Dilma participou do Governo Collares, tanto Estadual, como
Municipal, e hoje é Presidente da República. E por muito mais motivos as
mulheres devem se mobilizar cada vez mais para atuar dentro dos Partidos,
porque hoje a representação feminina no Congresso, nas Assembleias, em todo o
Brasil, não passa de 10% – está abaixo de 10% –, embora tenhamos uma Presidente
da República, a Dilma Rousseff, de modo que a visão extraordinária de Getúlio
Vargas fez com que, em 1932, fosse estabelecido por Decreto o voto feminino,
que ontem aniversariou os seus 81 anos de existência.
A Sra. Luiza
Neves: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver.
Nereu D'Avila. Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal, eu quero saudar aqui a sua
homenagem, a sua lembrança, a esses 81 anos do direito do voto feminino, e
lembrar que, em 1910, quando iniciou essa luta para que a mulher tivesse voto,
vez e voz, o objetivo maior era defender as causas das mulheres para que a
cooperação entre elas aumentasse o progresso do desenvolvimento nacional.
Graças a Getúlio Vargas, que instituiu no Código Eleitoral o direito de a
mulher votar e ser votada, graças a isso, Ver. Nereu, Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, que hoje nós estamos aqui entre oito Vereadoras –
graças a esse decreto do Presidente Getúlio Vargas que nos deu o direito se
sermos votadas. Então, parabéns a todas as mulheres pela conquista do voto
feminino e pelos 81 anos dessa conquista. Obrigada.
O SR. NEREU
D’AVILA: Obrigado, Vereadora, muito bom o seu aparte. Queremos dizer que, aqui
na Câmara, já tivemos diversas presidentes que ocuparam o cargo com muita
competência, inclusive uma está presente aqui, a nobre Ver.ª Sofia Cavedon,
assim como também as Vereadoras Maria Celeste e Margarete Moraes. Ou seja,
mostra que a presença das mulheres não poderia ser diferente. Quero situar o
voto feminino como uma grande conquista das feministas no concerto das grandes
reivindicações e participação de feministas ao longo da história e, hoje, da
participação nas diversas frentes. Vemos por exemplo, e a televisão tem
mostrado, um número surpreendentemente grande de delegadas. Porque de juizas e
promotoras todos já sabemos da competência e da participação feminina. Aliás,
em relação ao Tribunal de Justiça, eu estou para dizer que, em breve, existirá,
se é que já não existe, mais desembargadoras do que desembargadores, o que
mostra a presença feminina em todas as frentes. E eu cito as delegadas, não
porque têm que usar armas, etc. e tal, não, elas usam com muita competência e
até exercem a sua autoridade com muita sensibilidade, com muita participação
junto a todos nós. De modo que, em todas as frentes, as mulheres estão
presentes, mas, particularmente na política, pois a política decide o destino
dos povos, a política ajuda a decidir o destino das nações, dos Estados e dos
Municípios, e por isso, ali, deve ser mais estimulada a presença feminina. Aqui
hoje temos participação feminina avançada, poderemos ter mais, só que acho que
também não adianta estabelecer por lei, por exemplo, 30%, se na realidade não
se encontram candidatos em todos os Partidos para preencher os 30%. Mas essa é
uma questão com que as mulheres estão se preocupando, e nós saudamos com muita
satisfação a participação feminina em todos os campos da Administração Pública
e em todos os campos da natureza junto aos homens. Registro aqui, então, os 81
anos, ontem festejados, do direito da mulher de votar e de ser votada. Muito
obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Waldir Canal, que preside esta Sessão; demais Vereadores,
Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, público das galerias, quero
continuar – até porque estou muito preocupado, Ver. Valter – o debate sobre o
conduto Álvaro Chaves, Ver. Cecchim. Fiquei muito preocupado porque uma obra de
R$ 59 milhões, por mais forte que tenha sido a chuva que caiu, é dinheiro do
contribuinte que está indo água abaixo. A preocupação que tenho não é só com a
obra em si, que foi realizada pela MAC Engenharia. A MAC Engenharia, todos nós
sabemos, teve problemas; inclusive era investigada pela Polícia Federal, pelo
Ministério Público Federal, sobre a Operação Solidária. Então, a empresa já tem
alguns problemas no mercado. Por que nos preocupa a relação da MAC Engenharia?
Porque sobre essa empresa, que ganhou a licitação, quando se fazem perguntas à
Prefeitura, ela não responde. Quando o Ver. Marcelo Danéris, em 2007, e o Ver.
Todeschini fizeram uma série de perguntas, a Prefeitura não respondeu. Agora,
no programa de tevê em que estava o Ver. Engº Comassetto debatendo com a
engenheira do DEP, fez a pergunta: por que a Prefeitura não respondeu a uma
série de questionamentos a respeito do conduto Álvaro Chaves? E a engenheira
respondeu: “Não, mas eu respondi, como engenheira do DEP, a uma série de
perguntas; essas perguntas que o senhor está fazendo, Vereador, eu respondi”. E
aí eu fiquei mais preocupado ainda, Ver. Janta. Se a engenheira do DEP
respondeu aos questionamentos dos Vereadores do PT em 2007, sobre a obra
realizada pela MAC, por que a Prefeitura não encaminhou essas respostas para a
Câmara Municipal de Porto Alegre? Essa é a questão! Por que essas respostas da
Prefeitura não chegaram à Câmara Municipal de Porto Alegre? Eu acho que nós
temos que nos preocupar.
Eu agora estou fazendo, Ver. Valter, um PI, um
Pedido de Informações para que a Prefeitura me responda uma série de questões
relacionadas, não só à obra, mas à licitação que aconteceu e que a empresa MAC
Engenharia venceu.
Quero, por exemplo, Vereador, ter um acesso à cópia
do processo administrativo da licitação; quero saber que outras empresas
participaram dessa licitação; quero saber que critérios foram usados para a
escolha do consórcio que executou a obra; quero saber quantos aditivos ao
contrato original foram assinados; quero saber quem acompanhou a execução dessa
obra. E espero que, desta vez, a Prefeitura Municipal responda ao meu PI;
responda e nos diga. Se foi na gestão do PT, não tem problema nenhum, mas não
foi na gestão do PT. Esta obra foi realizada e foi executada... Então, nós
queremos saber, seja lá quem for. Nós queremos essas informações. Eu acho que
esta Casa não pode ser privada de ter as informações necessárias para fazer a
sua função, que é fiscalizar e controlar. Portanto, já protocolei esse PI e
espero que o Governo Municipal nos envie as respostas no tempo regimental. Fiz
um outro PI questionando a OAS, a obra da Arena, na Legislatura passada, e até
hoje, Ver. Janta, não tive resposta. Parece que está se tornando uma prática
dessa Prefeitura, quando convém: quando esta Câmara quer fiscalizar, não recebe
as informações, Ver.ª Sofia. E, dessa forma, fica difícil nós fiscalizarmos.
Quando judicializamos, dizem que só procuramos o Ministério Público, mas o
Governo Municipal tem desrespeitado esta Casa quando não manda as informações
para que os Vereadores possam fazer o seu trabalho de fiscalização e controle.
Portanto, espero que, desta vez, seja respondido este PI, e não nos interessa
quem fez. Nós queremos as respostas certas e concretas para poder executar o
nosso trabalho de fiscalização e controle, porque R$ 59 milhões em dinheiro
público não podem ir com a chuva água abaixo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em
Comunicações.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Srs Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores,
eu não ia falar sobre o conduto Álvaro Chaves, mas fui provocado pelo Ver.
Mauro Pinheiro e preciso dar duas respostas. Eu lamento... Sugiro – perdoem o
abuso – que a Bancada do PT se reúna para conversar certas coisas, porque quem
assinou o contrato foi o seu Partido, Ver. Mauro Pinheiro. Quem contratou essa
empresa que o senhor referiu foi o seu Partido. Quem fez o contrato com essa
empresa que o senhor disse que responde judicialmente a questões – eu não vou declinar
o nome, V. Exa. disse – foi o seu Partido; foi o João Verle, seu Prefeito.
Então, o senhor tem que perguntar ao João Verle – eu até assino a
correspondência junto, se quiser, ao João Verle – por que ele contratou a
empresa, essa que o senhor falou, e por que deu ordem de serviço para que a
obra fosse iniciada dois dias antes de o Prefeito José Fogaça assumir.
Portanto, essa resposta quem tem que dar é o Governo do PT, é o seu Partido.
Causa-me estranheza uma outra questão. Se eu fosse
V. Exa., até nem falava mais. Desculpe a minha ousadia. Isso depõe contra os
seus colegas que não estão mais aqui para se defender. Se um Vereador faz um
Pedido de Informações, um Pedido de Providências, não recebe resposta e não faz
nada, é desídia do Vereador, porque é um dever dele. Mais do que um dever é uma
prerrogativa, Delegado Cleiton, do Vereador investigar o Executivo, cobrar as
informações e, se a informação não vem, ele lança mão até de meios judiciais
para fazer que o Executivo informe ao Vereador aquilo que a Lei, a Constituição
Federal e a Constituição do Município de Porto Alegre define como prerrogativa
do Vereador. Então, se os Vereadores fizeram, e não era de brincadeira, porque
acredito que eles foram sérios e se esqueceram, eles foram incompetentes ou
agiram com desídia. Por que eles não foram atrás, Ver.ª Sofia, da informação?
Então, se eu fosse da Bancada do PT, realmente, eu procuraria me informar
antes.
Sr. Vereadores, quero cumprimentar a Comunidade
Israelita, mais uma vez, porque ontem foi uma festividade muito importante, que
foi o Purim, Ver. Kopittke, que está registrado lá no Livro de Ester, da
Bíblia, que foi a reversão de um decreto de extermínio de todo o povo judeu.
Então, é uma festa muito importante e eu quero, daqui da tribuna – meu Líder,
permita-me também fazer em nome do nosso Partido –, cumprimentar toda essa
coletividade.
Eu quero também celebrar o voto feminino,
cumprimentar o Ver. Nereu pela sua lembrança, e a nossa querida Ver.ª Luiza
Neves pelo aparte que fez, porque, de fato, é uma conquista da humanidade, não
diria da sociedade e nem da brasileira, uma conquista da humanidade a
democracia e o voto feminino. Então, também em meu nome, os parabéns.
Eu quero lamentar – pena que o Líder do Governo não
está aqui, mas a ele quero dirigir a minha queixa –, porque foi desarticulado o
Programa de Microcrédito da SMIC, que nós, com tanta luta, construímos.
Constituiu-se no maior Programa de Microcrédito do Estado, no maior repassador
do Banrisul. As pessoas que estavam lá foram mandadas embora, portanto, o
Programa foi desarticulado. O microempreendedor sofre com vários problemas, mas
nós sabemos, e os dados do Sebrae nos dizem, que nos primeiros quatro anos de
vida, as microempresas, 90% delas, morrem por dificuldades, por falta de conhecimento
da gestão – Ver. Mauro Pinheiro, o senhor que tem um pequeno mercado –, e, por
outro lado, Ver. Janta, por falta de crédito. E o microcrédito é um dinheiro
não só mais barato, mas ele tem um agente de crédito ao lado do pequeno
empreendedor para orientar, para fazer com que o cara não se endivide muito,
enfim, dando um apoio na gestão daquele negócio. Desarticular esse Programa,
pelo que nós, inclusive, havíamos ganho um prêmio do Sebrae, é lamentável.
Eu quero, por último, Ver. Canal, fazer coro a sua
iniciativa do Fórum da Violência do Trânsito, e trazer aqui uma revista que
acabei de receber do Senado Federal, que fala sobre a explosão das mortes no
Brasil em virtude dos acidentes de motos, que vitimam especialmente, Ver.
Janta, os motobóis, os trabalhadores das motos. Nós tivemos um aumento, nos
últimos 10 anos, de 610% no volume das mortes, ao mesmo tempo em que a frota
aumentou 491%. Então, é preciso que a autoridade de trânsito do Município, Ver.
Brasinha, Ver. Mario Fraga, ofereça alternativas. É preciso que a autoridade de
trânsito se debruce sobre o problema desse modal, que disputa espaço na rua com
a moto, com o ônibus, com o caminhão e com o automóvel, e que, muitas vezes, no
mais das vezes, os motobóis, trabalhadores do nosso País, estão enchendo os
hospitais, e as famílias estão dependentes do SUS, porque a recuperação do
acidente de moto é muito difícil. Então, é preciso e fica desde aqui, da
tribuna, o apelo à nossa autoridade, o apelo para que façamos coro à Frente
Parlamentar que está sendo proposta aqui, pela violência no trânsito, e, ao
mesmo tempo, cobremos das autoridades de trânsito uma política específica em
relação à questão da motocicleta e dos trabalhadores da motocicleta. Muito
obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado pela atenção, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Paulo Brum.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras
que continuam aqui, venho a esta tribuna lembrar, com muita saudade, daquele
discurso do Ver. Mauro Pinheiro, quando defendia os pequenos – até uma camiseta
vesti com ele, mas, estranhamente, ele não defende mais os pequenos! Por quê?
Ele não bate mais nos grandes, que quebram todos, Carrefour e Walmart. Eu quero
que o senhor volte a fazer isso, Vereador. Sabe por que, Vereador? Porque, no
ano passado, o Vereador deu uma de polícia, e investigou tudo o que tinha direito;
agora temos o Ver. Delegado Cleiton. Eu via no Ver. Mauro Pinheiro aquele que
defendia o pequeno comércio, o mercado pequeno de rua, aquela ferragem, aquela
farmácia, e quero voltar a ver o senhor fazer isso novamente, porque esses
grandes continuam crescendo, matando os pequenos! O Ver. Idenir Cecchim sabe o
trabalho que passa o pequeno empresário. O cara que tem uma pequena empresa,
Alberto Kopittke, não sei se V. Exa. já foi empresário, é quase impossível
sobreviver; a gente mata dois leões por dia e deixa mais dois para o outro dia.
O Ver. Mario Fraga sabe o quanto é difícil ser um pequeno empresário. Então,
Vereador, eu quero fazer este convite: vamos voltar a atacar esses grandes,
porque esses grandes estão prejudicando mesmo os pequenos.
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado,
Ver. Alceu Brasinha. O senhor pode ficar tranquilo porque nós continuamos
defendendo aqueles que precisam ser defendidos. E quando defendemos esse Pedido
de Informações da OAS, da Mac Engenharia, é para que o dinheiro seja melhor
utilizado, para que sobre dinheiro para o microcrédito que o Ver. Valter falou
que falta na SMIC. Então, eu acho que é o senhor que está escolhendo errado os
seus objetivos.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Não!
O Sr. Mauro
Pinheiro: Porque o senhor defende a OAS, defende a Mac Engenharia, e esses não
são pequenos. Volte as suas origens, Vereador!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Vereador Mauro Pinheiro, quero discordar do senhor. Eu defendo o negócio
que foi feito. O negócio que foi feito! Ou esta Câmara não tem palavra? Ou não
tem documento? Porque o senhor estava aqui. Aquela vez que teve o debate, por
que a Ver.ª Sofia não propôs fazer um centro de eventos? Por que a senhora não
propôs? Por que a senhora não fez? Vocês veem as coisas maravilhosas, têm umas
ideias fantásticas! Eles acham: “Vem para cá, vamos fazer a lei, vamos fazer!”
Será que a OAS concorda com a ideia de vocês? Não concorda! Porque você é
empresário também, Vereador. Quem sabe o senhor compra um quilo de erva e vai
vender mais barato que pagou? Não vejo um pequeno empresário que não queira
ganhar dinheiro! E assim é o grande! Mas com o grande é que foi o negócio! Eu
sou contra os grandes, o senhor sabe que eu sou contra! Eu sou contra os grandes!
Eu vi mais o senhor abrir coro para defender os pequenos. Nunca mais vi! Quero
voltar e aplaudir V. Exa. quando voltar a defender os pequenos empresários.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Brasinha,
eu acho que o senhor continua defendendo o seu povo: os pequenos, os pobres. E
a provocação que V. Exa. fez ao Ver. Mauro Pinheiro já surtiu um efeito, só que
foi o efeito investigativo. V. Exa. lembra no ano passado, no outro ano, que
ele queria investigar o Ronaldinho? O Ministério Público? E, agora, ele está de
novo! O senhor conseguiu alertá-lo para um lugar que ele gosta muito:
investigação que não dá em nada!
O SR. ALCEU
BRASINHA: Mas eu acho, Ver. Cecchim, que ele gosta tanto desse trabalho de investigação,
quem sabe ele faz um curso de investigação? Quem sabe faz uma faculdade para
ser delegado? E aí vai para outro caminho! O Delegado Cleiton, pelo jeito, veio
para cá porque gosta mais de ser Vereador. E V. Exa. tem mais tino para
investigação. Quem sabe o senhor faz esse curso e volta a investigar os grandes
corruptos que andam por aí? Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Está encerrado o período de Comunicações. Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3549/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/11, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
dispõe sobre a obrigatoriedade da realização de audiência pública para
definição de medidas mitigatórias e compensatórias e de contrapartidas, em caso
de implantação de empreendimentos de Impacto Urbano de 1º ou 2º Grau, e dá
outras providências.
PROC.
Nº 3789/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 207/11, de autoria do Ver. Engº Comassetto, que
obriga os órgãos e as entidades dos Poderes Legislativo e Executivo Municipais
a destinarem no mínimo 20% (vinte por cento) da verba reservada à publicidade
oficial para a publicação de obras, anúncios, editais, programas, serviços e
quaisquer campanhas de interesse público em jornais alternativos e em rádios
comunitárias.
PROC.
Nº 0328/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 007/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Olmiro Duarte o logradouro público cadastrado conhecido como
Passagem Um Arnaldo Ballve-Paul Harris, localizado no Bairro Jardim Itu Sabará.
PROC.
Nº 0603/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/13, que autoriza a desafetação de bem
público municipal e posterior doação ao Departamento Municipal de Habitação
(DEMHAB).
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ALBERTO
KOPITTKE: Caros colegas, todos que nos assistem pela TVCâmara, Ver. Waldir Canal,
que preside a nossa Sessão; eu quero tomar a liberdade de “mudar o disco” aqui,
passar para um outro tema tão relevante quanto este que nós vínhamos
discutindo. Trata-se, novamente, do Projeto de Lei de autoria do Ver. Engº
Comassetto que torna obrigatória a realização de audiência pública para
definição de medidas compensatórias no caso de empreendimentos de grande
impacto na nossa Cidade. Esse é um tema que eu já abordei aqui em outra
oportunidade, em relação, por exemplo, ao caso da Arena, que vem sendo debatido
na Casa também, para que as medidas compensatórias sejam efetivamente feitas e
não pagas pelo bolso do contribuinte, mas pagas pelo empreendedor que lá
realiza esse importante empreendimento da nossa Cidade. Esse tema é importante
porque nós também precisamos discutir, nos novos empreendimentos, os impactos
relacionados à Segurança pública. Nós temos debatido muito, e corretamente, e
devemos debater cada vez mais os impactos ambientais, por exemplo, de um
empreendimento, Ver.ª Lourdes. E que bom! Os empreendimentos são obrigados,
inclusive, a desembolsar grandes volumes de recursos – e que bom! – para
proteger o meio ambiente. E o mesmo processo – o Ver. Janta tem dito isso – que
nós temos usado para proteger o meio ambiente nós também temos que utilizar na
proteção do cidadão em relação à Segurança pública. Muitas vezes, nós
construímos – e estamos construindo graças a este momento do País – grandes
bairros, de cinco mil pessoas, dez mil pessoas, o que tem um impacto na
Segurança pública também. E é depois do empreendimento feito que nós vamos
cobrar ações da Brigada, que conta com um efetivo que não aumentou, com o mesmo
número de viaturas, de câmeras de videomonitoramento, que são questões que
poderiam ficar a cargo do empreendimento. Essa é a proposta que eu quero abrir
na discussão aqui sobre a nossa Cidade.
Aproveito nesse sentido, tratando de Segurança,
para dizer que hoje estive com o Secretário Municipal José Freitas. Fui muito
bem recebido e reafirmei a ele a nossa disposição de que, sempre que se tratar
do tema de Segurança pública, nós estaremos juntos em favor da Cidade, buscando
a relação com o Governador Tarso Genro, com a Presidente Dilma para melhorar a
Segurança pública da nossa Porto Alegre. Levei a ele o pedido para que a Câmara
Municipal passe a acompanhar, de maneira rotineira, ordinária, regimentalmente
prevista, o Gabinete de Gestão Integrada do Município, que é o grande centro de
gestão que nós precisamos retomar aqui na Cidade, e esta Casa deve acompanhar o
conteúdo da discussão do GGI e os seus encaminhamentos.
Também tratei com ele da importância de nós
implementarmos uma lei, de autoria do Ver. Todeschini, sobre as Áreas
Integradas de Segurança Pública, tema esse sobre o qual eu venho dialogando
também com o Secretário Michels, com o Comandante-Geral da Brigada, Cel. Fábio;
e com o Chefe Ranolfo, para que nós possamos criar as mesmas circunscrições
entre Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal aqui na Cidade, para
que todos nós possamos saber, efetivamente, quem são os responsáveis técnicos
daquela área aqui na nossa Cidade. Propus a ele que nós realizemos uma nova
conferência municipal na área de Segurança, construindo um grande plano
municipal da Segurança pública em Porto Alegre. Não apenas da Segurança pública
da Prefeitura, mas da Segurança pública de todos os entes que atuam na nossa
Cidade. Então, esse é o compromisso.
Nós discutimos ainda o projeto da cerca eletrônica,
que é um projeto que está pronto para ir para a rua por parte da Secretaria
Estadual, que vai proteger todas as entradas e saídas do Município com o
controle de veículos. Também propus a ele implantarmos na Cidade um piloto do
sistema de detecção de tiros, que é um sistema inovador que nós implantamos de
maneira inédita no Brasil. A nossa Cidade clama por iniciativas como essa, que
até podem parecer exagero, como, talvez, certos aparelhos que os nossos
hospitais hoje têm na área da Saúde, e que nós temos que ter, sim, na proteção
dos nossos cidadãos aqui na Cidade. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Waldir Canal; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; o
Ver. Engº Comassetto propõe que sejam obrigatórias as audiências públicas para
discutir contrapartidas dos empreendimentos. Em alguma medida, elas já são. Ele
as explicita num Projeto de Lei, mas a própria Lei Orgânica, o próprio Plano
Diretor da cidade de Porto Alegre, na parte que fala do direito à informação,
explicita, diz que a participação popular é condição, o Estatuto da Cidade
estabelece isso, mas eu vejo mérito em deixar explícita a vinculação, as
contrapartidas dos empreendimentos. O Projeto está evoluindo, vamos propor
emendas para que essas audiências públicas, de fato, sejam respeitadas, Ver.
Clàudio Janta. Eu acompanhei, como muitos de nós, Ver. Brasinha, a Audiência
Pública do empreendimento Arena do Grêmio no Humaitá, no ginásio da escola que
foi demolida; na Universidade do Trabalho, uma Audiência que teve muita
participação da população. O resultado dessa Audiência foi um documento
bastante completo, em que a população colocava as suas necessidades de
contrapartida, e a maioria das questões levantadas pela população naquela
Audiência Pública não está contemplada no processo de licenciamento do
empreendimento Arena do Grêmio. Portanto, nós, muitas vezes, não precisamos de
mais leis – e eu lembro o Dib –, mas precisamos fazer as leis serem cumpridas.
Mas é mais grave que isso! As questões apresentadas na Audiência Pública não
entraram nos quesitos condicionantes do projeto Arena do Grêmio. E pasmem: as
questões que entraram no Estudo de Impacto Ambiental, no EIA-RIMA, também não
foram cumpridas, também não foram exigidas pela Prefeitura. Hoje, Ver.
Brasinha, tramitam duas ações civis do Ministério Público, e uma delas... e me
preocupou a fala de V. Exa. nesta tribuna, dizendo que os projetos aqui do
Estádio Olímpico já estão licenciados. Uma das ações civis com que o Ministério
Público entrou solicita que seja sustado o processo de licenciamento das demais
obras da OAS Empreendimentos, ou seja, dos prédios com apartamentos, do shopping, do hotel. A ação do Ministério
Público solicita a suspensão do licenciamento dessas obras, tendo em vista o
não cumprimento das contrapartidas previstas no EIA-RIMA. Isso lá na Arena. Eu
espero que a Prefeitura não esteja incorrendo nos mesmos erros aqui no espaço
do Estádio Olímpico, espaço que recebeu um tratamento especial, é verdade,
índices construtivos acima dos previstos na Cidade, portanto tem um adensamento
importante, e tem que haver contrapartidas viárias – viárias –, Ver. Mauro
Pinheiro, porque o adensamento será impactante.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Sofia
Cavedon, realmente, escutando quando a senhora fala no Estádio Olímpico, na
Arena do Grêmio... A senhora não teve o mesmo discurso quando nós aprovamos
aqui. Sei que a senhora votou contra, realmente votou contra, mas a senhora não
vislumbrava que poderia ficar tão brava contra o Estádio Olímpico e a Arena do
Grêmio. Quero dizer para a senhora, Vereadora, o seguinte: quem sabe a gente
propõe de a OAS esclarecer todos os detalhes, detalhe por detalhe do que está
acontecendo para a senhora. Eu acho que a OAS deveria contratar a senhora para
ser uma apontadora de problemas.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Ver. Brasinha, eu aceito todo o diálogo, apenas lembro que, na época,
fui bastante contundente – bastante contundente – e votei contra em função de
todos esses elementos, que não estavam previstos na garantia do interesse
público.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Waldir Canal, demais Vereadores e Vereadoras, estou aqui para
discutir a Pauta e quero dizer que concordo, e muito, com esse Projeto do Ver.
Engº Comassetto, com a obrigatoriedade da realização de Audiência Pública para
definição de medidas mitigatórias, Ver. Brasinha. É importante este Projeto,
apesar de ele estar previsto na Lei Orgânica, conforme a Ver.ª Sofia falou, mas
que não só se discuta e que a Prefeitura cumpra depois e que cobre. Porque eu
lembro muito bem o que o Ver. Brasinha falava das pequenas empresas, dos
pequenos comércios, de que uma medida compensatória, mitigatória, quando foi
construído o Carrefour, na Av. Assis Brasil, e a Frente Popular governava esta
Cidade. Foi muito debatido com a Cidade para poder construir aquele
hipermercado, e ali, naquelas medidas, houve recursos que fizeram parte das
medidas mitigatórias e compensatórias, Ver. Brasinha, que foram para a SMIC – o
Ver. Adeli Sell era o Secretário Municipal –, em que foram usados para
fortalecer o pequeno comércio, Ver. Janta, no entorno do Carrefour. Então, a
própria obra do Carrefour teve recursos que foram arrolados para o Município
fortalecer o pequeno comércio que está no entorno do Carrefour, através de
cursos de preparação dessas pessoas. Então, por isso são importantes essas
medidas para que a população saiba para onde vai esse dinheiro e debata para
que esses recursos sejam usados na própria comunidade, para o fortalecimento do
pequeno comércio. Porque não adianta, Ver. Brasinha, o discurso de defesa do
pequeno comércio. Todos os Vereadores vem a esta tribuna, todos as pessoas
falam e defendem o pequeno comércio, os pequenos empreendedores são os maiores
geradores de emprego... Tem que defender, tem que defender, mas na hora, Ver.
Janta, na hora de tomar medidas que realmente venham ao encontro dessas pessoas
e que as fortaleçam, aí não, porque esses são pequenos e não podem fazer
grandes doações para as campanhas políticas. Então, na hora do voto, isso é
muito mais restrito às pessoas que realmente defendem, que tomam medidas. E eu
estou muito tranquilo, Ver. Brasinha, porque não só defendo da tribuna, como
tenho medidas no meu mandato e tenho a relação direta com essas pequenas
empresas e faço a defesa sempre com projetos, com a Frente Parlamentar, com a
defesa da Lei Geral da Microempresa, e muitas outras ações tenho feito pela
defesa do pequeno empreendimento.
O Sr. Alceu Brasinha:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro
Pinheiro, realmente, agora, estou gostando do senhor, voltou a defender,
porque, no ano passado, eu não consegui ver V. Exa. defendendo, porque o senhor
investigou muito – volto a dizer –, o senhor trabalhou mais na investigação do
que na defesa do pequeno comércio. Eu, realmente, estou gostando do senhor,
porque, agora, o senhor voltou. E quero ser seu parceiro para defender o
pequeno empresário, porque o grande eu não defendo. Eu defendo o grande que
fica grande aqui no Rio Grande, isso sim, porque é a nossa terra, é da nossa
Cidade. Por exemplo, o grupo Zaffari, que são pessoas que dão oportunidades
dentro de Porto Alegre e que colaboram com a Cidade. Então, esses eu defendo.
V. Exa. está no caminho certo, vamos juntos defender mais uma vez. Fora
Carrefour e fora Walmart!
O SR. MAURO
PINHEIRO: Obrigado pelo aparte, Ver. Brasinha. Com certeza, então, tenho certeza
de que o Ver. Brasinha, Ver.ª Sofia, vai ser nosso parceiro na defesa do
pequeno, porque o Governo tem que receber as medidas compensatórias e
mitigatórias da OAS no entorno da Arena, e o Ver. Brasinha vai ser nosso
parceiro para fazer com que a OAS cumpra tudo aquilo que foi prometido para
aquela comunidade, porque, dessa forma, vai fortalecer os pequenos
empreendimentos que há ali, a população tão necessária, a abertura das vias que
foi negociada entre a OAS, através do debate com a comunidade. Tenho certeza de
que, agora, o Ver. Alceu Brasinha vai ser nosso parceiro em cobrar a OAS para
que ela cumpra aquilo que está prometido em documentos, em atas, com a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, com a comunidade, e realize essas obras
mitigatórias e compensatórias no entorno da Arena. Certo, Brasinha? Então,
quero contar com o teu apoio, eu e a Ver.ª Sofia já estamos trabalhando em cima
disso, para cobrar as obras mitigatórias que a OAS prometeu, e, até agora, não
cumpriu, para que os pequenos empreendedores daquela região sejam, realmente,
favorecidos com aquela grande obra, e não fique a Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, o Governo Federal, tendo que fazer as obras mitigatórias que a OAS tem
que fazer. Muito obrigado, Brasinha, e tenho certeza de que V. Exa. será meu
parceiro nessa empreitada. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. MARIO
FRAGA: Ver. Waldir Canal, Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
público aqui presente; Ver. Cecchim, Ver. Brasinha, Ver. Mauro Pinheiro, Ver.
Janta, Ver. Trogildo, e Ver.ª Sofia, que nos assistem neste momento, os temas
nesta Casa sempre são de grande importância. Mas vejam, V. Exas., são 18h16min
e este assunto vem à tona, nesta Casa. E o Ver. Comassetto apresenta esse
Projeto, Ver. Mauro Pinheiro, Ver. Brasinha, Ver. Cecchim, Projeto que já foi
invalidado na Procuradoria-Geral da Casa, ou seja, ele está na Pauta por
obrigação da Casa. Quando ele chegar na CCJ, já estará detonado aqui –
desculpem a palavra usada –, o Parecer da Casa não diz que ele vá adiante. O
Parecer, no ano passado, já foi contra o Projeto do Ver. Comassetto, que neste
momento não se encontra presente, certamente, devido a outras atividades na
Casa, mas seria muito importante para mim, Ver. Mauro Pinheiro, que sabe que eu
defendo toda a Cidade, em especial, Belém Novo, para onde nós estamos pedindo
uma audiência pública, Ver.ª Sofia e Mauro Pinheiro, para o Governo do Estado,
para que nós possamos discutir com a comunidade sobre o tema do presídio para
menores infratores. Audiência pública é do que nós estamos precisando lá.
Quanto ao centro de eventos, por que não fazermos
no Belém Novo, se nós temos 50 hectares do Governo do Estado? Imaginem na orla
do Guaíba, em Belém Novo, um centro de eventos para a Cidade, para todas as
pessoas que chegam em Porto Alegre assistirem, irem até Belém Novo, conhecerem
a nossa Cidade.
Quero fazer uma saudação especial ao nosso amigo
Paulo Labatut, que está nos assistindo pela primeira vez aqui. Paulo, obrigado
pelo que tens feito por nós e por nossa comunidade.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga,
quero lhe dizer que é uma boa ideia, está lá o lugar! O Governo Tarso, que
trabalha tanto pelo Rio Grande e que eu acho que está fazendo um bom trabalho,
quem sabe possa fazer o centro de eventos lá. Essa é uma boa ideia, não vai
tomar de ninguém, não vai fazer vigarice com ninguém, simplesmente vai dar
oportunidade aos porto-alegrenses e às pessoas que chegam de conhecerem a Zona
Sul, esse é o grande problema. Quem sabe a Ver.ª Sofia Cavedon já começa a
pensar diferente neste momento.
O SR. MARIO
FRAGA: Bom, Vereador, já o convido para fazer parte, e também os Vereadores
aqui presentes, para que a gente comece a lutar pelo centro de eventos da
cidade de Porto Alegre, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em Belém
Novo. Ver. Cassio, V. Exa., que já foi Secretário Municipal de Obras, conhece
tão bem; Ver. Clàudio Janta, nosso Vice-Líder, são 50 hectares de terra onde
não há nada – não estou falando em 5, são 50 hectares. Poderia ser feito esse
centro de eventos em Belém Novo! Querem coisa melhor? Na Zona Sul, na beira do
Rio Guaíba... Coisa boa! Então, está lançada essa ideia aqui. E quero frisar
mais uma vez: quando a Ver.ª Sofia Cavedon estava falando, estava falando das
obras do entorno da Arena, e não no Estádio Olímpico, porque a nossa Casa
aprovou a troca de área aqui. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Acho que, independente do Parecer da Procuradoria da Casa, esse Projeto
do Ver. Engº Comassetto é importante para as comunidades em Porto Alegre,
porque é importante nós discutirmos a contrapartida, principalmente a questão
de creches, de postos de saúde, duplicação de acessos a esses grandes
empreendimentos que saem. Perto da minha casa já saíram três empreendimentos
grandes, imensos, e está saindo outro, Ver. Brasinha, e o que o Município
oferece, o que temos lá perto continua o mesmo desde que me mudei para lá. Eu
moro na Rua Margarida, Jardim Itu/Sabará, Morro Santana, há 26 anos, e é o
mesmo posto de saúde, são as mesmas unidades educacionais que existem há 26
anos. Saíram vários empreendimentos no entorno da Av. Protásio Alves, e agora,
onde era o antigo campo do Cruzeiro, está saindo um grande empreendimento que
vai ter centenas de apartamentos. Então, é necessário discutirmos essa
contrapartida, principalmente nessa questão de creches, escolas, postos de
saúde e principalmente o acesso. A Av. Protásio Alves é uma avenida que, todos
os dias pela manhã, fica engarrafada desde lá da garagem da VAP, antigo Caminho
do Meio, até a Av. Antônio de Carvalho; ela sempre engarrafa. A partir de hoje,
já começou a acontecer isso, e aí já tem três grandes empreendimentos e vão
sair mais quatro grandes empreendimentos! Então, a tendência é as pessoas que
moram ali, como eu, não andarem mais, não conseguirem sair mais. É
importantíssimo discutirmos, em audiência pública, essa parte, que é necessária
para que a Cidade se desenvolva, não só horizontalmente, mas também em
acessibilidade.
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exa. Permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio
Janta, quero dizer que estou junto com o senhor nessa questão, porque o
corredor de ônibus só vai até uma parte; então, a partir de um determinado
momento, a Av. Protásio Alves não tem mais corredor de ônibus e engarrafa tudo,
principalmente no horário da manhã e no horário de retorno dessas pessoas. Acho
que temos que fazer um movimento. Convido-o a participar, para que o corredor
de ônibus seja estendido até o final da Av. Protásio Alves, para facilitar a
vida dessas pessoas que estão retornando para casa. Obrigado.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: No mínimo até a Av. Manoel Elias, já ajudaria um pouco.
E outra questão também: eu acho de extrema
importância nesta Casa a Frente Parlamentar de Segurança no Trânsito, e o Ver.
Waldir Canal foi muito feliz ao propor isso, porque, a cada final de semana, a
gente vê o número de jovens que morrem em nosso Estado, em nossa Cidade.
Dia 2 de fevereiro, era para entrar em vigor a
norma dos motobóis, uma norma do Contran, de agosto do ano passado, Ver. Mario
Fraga, cuja cobrança o Governo tem prorrogado. Essa norma nada mais é do que
uma garantia de vida aos motobóis, como foi dito aqui desta tribuna. Em menos
de dez anos, dobrou o número de mortes de motobóis para 610%. E essa lei
garante as antenas – que a Luiza Neves não esteja aqui para me ouvir –, os
antigos “mata-cachorros” voltam, e a sinalização aos motoqueiros.
A Sra. Sofia
Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Clàudio
Janta, quero parabenizá-lo por chamar a atenção sobre a Av. Protásio e sobre
aqueles empreendimentos que estão lá em cima. São muitos, alguns de alta
classe, e eu não vi contrapartidas. Eu só vejo o embelezamento da entrada do
empreendimento, a Protásio sem acostamento, as vilas populares sem iluminação
para pegar ônibus; é caótico. Nós precisamos vigiar e ver uma forma de ajudar o
Governo a exigir contrapartidas para o interesse de todos.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Acho que é importantíssimo esse PLL nº 185/11, porque podemos discutir
com a sociedade essa questão da contrapartida. Acho que é necessário. Muitas
vezes a contrapartida dos empreendimentos é uma pista atlética, e não é disso
que a sociedade precisa. Muitas vezes, precisa de uma entrada de ônibus, uma
parada de ônibus, precisa que o ônibus entre, em vez de ficar na faixa. Então,
nós usamos esse tempo para isso e para dizer, Ver. Waldir Canal, que a Frente
Parlamentar de Segurança de Trânsito tem um papel importantíssimo para a cidade
de Porto Alegre, para nós que dirigimos e, principalmente, para nossos filhos,
para que a gente durma tranquilo à noite, sabendo que estamos discutindo a
questão de segurança no trânsito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Waldir Canal): Gostaria de dizer, Ver. Clàudio Janta, agradecendo
suas palavras, que essa é uma luta de todos nós aqui na Câmara de Vereadores, e
o senhor, iniciando esse mandato, tem muito a contribuir com sua experiência
junto conosco na Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro. Na
Sexta-feira, às 10 horas da manhã, estaremos reinstalando a Frente Parlamentar,
aqui na Câmara de Vereadores, e convido toda a população e os colegas
Vereadores.
Não havendo mais nada a tratar, encerro os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h27min.)
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